A pandemia de Covid-19 afetou drasticamente diversos setores econômicos. Um dos mais atingidos foi o turismo, diante da impossibilidade de haver viagens e a necessidade de manter espaços públicos fechados.

Uma das saídas encontradas pelo mercado foi a promoção do turismo digital. Os passeios virtuais amenizaram as perdas financeiras de museus e outros pontos turísticos, assegurando uma forma de as pessoas conhecerem novos lugares sem precisar sair de casa.

Mesmo companhias voltadas para hotelaria, como o Airbnb, encontraram na transformação digital do turismo o meio para contornar o obstáculo do isolamento provocado pela pandemia. A seguir, apresentamos algumas dessas iniciativas que caminharam para atender uma demanda de consumo que já vinha se configurando.

Comportamento de consumo no turismo digital

Há alguns anos, diversos mercados sendo impactados pela abrangência do acesso a smartphones com internet cada vez mais veloz. Na palma da mão, os consumidores pesquisam sobre produtos e serviços e avaliam reviews e comentários de que já outros consumidores. 

Alguns setores como o varejo, claramente, são mais impactados por esse comportamento do consumidor digital. Porém, mesmo de que forma discreta, o turismo já vinha experimentando essas mudanças.

A jornada de compra do turista em tempos de digitalização foi mapeada pelo Google. De acordo com o estudo, em média, o viajante assiste a 5 vídeos online, faz 34 buscas e passa por 380 sites durante os dois meses do planejamento da viagem. Entre todos esses acesso, 87% acontecem por meio de dispositivos móveis.

O uso do smartphone e do tablet mudou o comportamento de consumo também durante a viagem. O Google indica que pelo mesmo 51% dos turistas buscam informação online enquanto estão no destino para decidir quais atividades e passeios fazer, onde comer e o que visitar.

Assim, as companhias da indústria de viagens que se adaptaram a esse novo comportamento logo saíram à frente. Não à toa, o Airbnb promoveu uma disruptura no mercado de hotelaria.

Enquanto os hotéis tentam encontrar meios para se adequar à transformação digital, a plataforma atua como a conexão entre hóspedes e imóveis. Além disso, oferece serviços como locação de vagas de garagem, barcos e aviões.

Atualmente, o Airbnb é a maior plataforma de economia compartilhada do mundo e uma das principais referências para companhias que planejam se digitalizar.

Ainda assim, o Airbnb sofreu os impactos causados pela pandemia no mercado de turismo e teve de buscar novas alternativas.

Como o Airbnb reagiu a pandemia com turismo digital

Durante a pandemia de Covid-19, mesmo a maior plataforma de economia compartilhada do mundo foi impactada. A reação do Airbnb foi o lançamento do projeto “Experiências Online”.

Conforme a própria plataforma, “experiências online são sessões de vídeo interativas ao vivo, limitadas a pequenos grupos. Elas oferecem acesso a anfitriões experientes e interações online, e são uma ótima maneira de se conectar com pessoas do mundo todo”.

Para oferecer as experiências online, o Airbnb recorreu ao Zoom Meetings, uma das ferramentas de videoconferências mais usadas em todo o mundo atualmente.

A plataforma estabeleceu parâmetros para assegurar que as experiências atendam aos seus padrões de qualidade e foram estabelecidas regras a serem cumpridas por todos que planejam aderir ao projeto. Entre os requisitos estão:

  • Apresentação ao vivo: as experiências online não podem ser pré-gravadas; elas devem ser oferecidas ao vivo para os hóspedes.
  • Participação: as experiências online devem ser interativas entre o anfitrião e os hóspedes. Isso significa que os hóspedes devem ter a oportunidade de participar de alguma maneira de casa (ex: praticar ioga, cozinhar em sua própria casa, desenhar junto com o anfitrião e compartilhar seus trabalhos uns com os outros).
  • Adequação à quarentena:
    • os hóspedes não devem ter que sair de casa para participar da experiência. Os anfitriões devem cumprir todas as restrições locais no que diz respeito à quarentena e/ou distanciamento social.
    • as experiências devem exigir o mínimo de suprimentos para participar — coisas que os hóspedes possam conseguir facilmente em casa.
  • Respeito ao trabalho de outras pessoas: os anfitriões não devem usar músicas, livros, vídeos, artes ou outras obras protegidas por direitos autorais que eles não criaram sem obter os direitos, licenças e permissões necessárias antes.

Entre as recomendações do Airbnb, também estão regras para preservar informações dos participantes e identificações de contato. Não é autorizada a participação de menores e os anfitriões são orientados a fazer perguntas sobre a condição de saúde dos participantes, tais como se eles foram testados ou se alguém da família está doente.

Além disso, as experiências presenciais publicadas anteriormente no Airbnb não podem ser convertidas em experiência online.

A plataforma determinou ainda políticas de reservas, cancelamento e precificação. Por padrão, as experiências online têm preços estabelecidos por pessoa. 

Ouça a participação de Rodrigo Tucunduva no Digicast e entenda como o marketing digital ajuda as empresas na crise:

Iniciativas de turismo digital e passeios virtuais

Embora o Airbnb já tenha nascido digitalmente, mesmo empresas tradicionais da indústria de viagens recorreram à digitalização para superar os desafios enfrentados pelo mercado durante a pandemia de Covid-19.

Visitas virtuais a museus

Por meio de uma parceria da Google Arts and Culture e mais de 2500 museus e galerias, é possível visitar coleções do mundo inteiro sem sair de casa. Basta fazer o download do aplicativo, disponível para iOS e Android. 

A visita aos museus acontece com uma ferramenta parecida com o Google Street View, que permite passear pelas salas e corredores de museus como Louvre. 

Além de proporcionar os passeios, muitos dos museus também oferecem coleções online detalhadas de suas obras-primas. 

Os recursos foram pensados para contornar as limitações apresentadas pelos smartphones e notebooks. Um desses recursos, chamado Art Projector, usa a realidade aumentada para que o visitante fique cara a cara com algumas das obras mais famosas do mundo. 

Em tamanho natural, é possível enxergar uma pintura pela tela do celular como se ela estivesse pendurada na parede da própria casa.

Museus no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Itália também promoveram iniciativas para permitir visitas virtuais aos seus acervos.

Passeios turísticos virtuais

As visitas virtuais não se restringem a museus. Usando a plataforma do Google Street View e acessando o Google Maps, é possível, por exemplo, visitar a Torre Eiffel, em Paris.

Um outro passeio virtual pode acontecer em Praga, onde está a biblioteca do monastério de Strahov num edifício construído em 1143. Lá, foi tirada a maior fotografia interna do mundo, com 40 gigapixels. Assim, ao usar o app 360Cities, os visitantes conseguem ver todos os detalhes do local.

Além das imagens da capital da República Tcheca, o 360 Cities disponibiliza fotos tiradas em 360º de diversas cidades ao redor do mundo. Para conferir, é preciso acessar diretamente o site ou visitar o Google Earth.

O Google Earth também permite “visitar Marte”, por meio de um mapa do terreno arenoso do planeta, feito a partir de vídeos e fotos da NASA.

À medida em há avanço nos recursos digitais, novas alternativas para o mercado de turismo surgem e ajudam as empresas do setor a amenizar os impactos provocados pela pandemia.

Como já ocorreu com o Airbnb, resta saber quais companhias serão capazes de aproveitar a transformação digital para promover novas formas de reinvenção do turismo.

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