Você conhece os conceitos de autocuidado e gerenciamento de emoções? Embora sejam constantemente associados a práticas de saúde, esses dois termos vão além e dizem respeito às ações para o bem-estar pessoal.
Para entender melhor sobre o autocuidado e a importância de gerenciar emoções, conversamos com Carol Medeiros e Bruno Gion, da A Fórmula da Saúde.
Para ouvir a 24ª edição do Digicast, basta usar o player acima. Se preferir, você pode ler a transcrição da entrevista feita por Pedro Renan, CEO da Digilandia, logo abaixo.
Olá! Bem-vindos ao 24º episódio do Digicast. Sou Pedro Renan, CEO da Digilandia e da Agência Papoca e seu host.
Hoje, estou muito feliz. É o primeiro podcast com três pessoas. Para inaugurar esse formato, recebo a Carol Medeiros e o Bruno Gion, da Fórmula da Saúde, para falar de um tema muito interessante, que é o gerenciamento do autocuidado e das nossas emoções. Sejam muito bem-vindos!
Bruno: Obrigado, Pedro. É um prazer estar por aqui, falando desse tema que é cada vez mais atual.
Carol: Obrigada, Pedro, pelo convite. Estamos muito felizes em poder dividir um pouco desse conteúdo sobre cuidado e gerenciamento de emoção num momento tão conflitante para tantas pessoas.
Sem dúvida. É até engraçado que o 23º episódio foi somente sobre inteligência emocional para líderes. É bacana nessa sequência já falarmos sobre emoções e autocuidado, porque tem sido um fator muito mais relevante e mais falado nesta pandemia.
Até aproveitando esse contexto, queria entender melhor de vocês o que é o autocuidado e gerenciamento das emoções?
Carol: É muito bacana quando você já traz que vamos desmitificar. Essa é a ideia mesmo. Desmistificar que o autocuidado só se relaciona a práticas de saúde.
Na verdade, quando pensamos em autocuidado, pensamos em pequenas atitudes, pequenas ações que você faz para o seu bem-estar, para se sentir bem. Esse é o primeiro ponto.
Muitas vezes, as pessoas pensam que falaremos que elas têm de fazer atividade física duas vezes por semana, que têm de comer coisas saudáveis, que têm de meditar, que têm de dormir tantas horas, e não existe uma receita de bolo. Não há nada pronto para você ter o autocuidado.
Como o próprio nome indica, o autocuidado vai partir de um autoconhecimento. Essa é a primeira coisa.
E quando falamos de gerenciamento de emoções, continuando na linha de desmistificar, é entender que gerenciar emoções não significa que eu não deva sentir emoções negativas. Muito pelo contrário. As emoções fazem parte do nosso dia a dia.
Os grandes estudos falam que temos quatro emoções básicas: alegria, raiva, tristeza e medo. E, muito provavelmente, durante o dia, a gente experimenta esses sentimentos e muitos outros.
O que então é gerenciar esses sentimentos? É entender o que você realmente está sentindo. Se é raiva, estou com raiva. Se estou triste, qual o motivo disso? Como resolvo? Identifico e acolho, e o desafio é saber o que fazer com isso.
Por exemplo, saí da empresa, estou com raiva do meu chefe, mas estou indo para casa ficar com minha família e os meus filhos. E desconto minha raiva em pessoas que não têm absolutamente nada a ver com a história.
No contexto que estamos agora, são tantas emoções sendo afloradas. E está todo mundo junto e misturado e, às vezes, não conseguimos saber lidar com essas emoções. Assim, provocamos coisas ruins tanto na gente quanto nas pessoas que estão ao nosso lado.
As pessoas que estão mais próximas são as que mais sofrem quando a gente não sabe controlar e gerenciar os nosso sentimentos.
Bruno: Mantendo o lado de desmitificar, quando pensamos sobre raiva ou medo ou tristeza, essas não são emoções negativas. É isso que é importante ficar claro. Não existe o lado bom e o lado ruim. Existem emoções.
Nós todos temos nossa personalidade baseada nessas emoções, no que sentimos. E nossas ações derivam disso.
Quando a Carol fala de sair do trabalho para ir para casa, a gente sabe que tem muita gente que não tem como fazer isso. Ainda mais no mundo digital, em que a maior parte das pessoas está no home office.
Já escutei pessoas falando que sentiram raiva de estar com o filho em casa. Então a pessoa tem de entender que, na verdade, ela não tem raiva do filho. Ela tem raiva porque não estava no momento fazendo o trabalho dela num ambiente melhor.
As pessoas estão tendo de entender como funcionam as suas emoções e não se preparam para isso. Elas têm de entender de uma hora para outra. E aqui vamos conversar um pouco de como fazer isso.
Quando vocês listaram as quatro emoções, só me veio à cabeça o filme Divertida Mente, que tem as emoções na cabeça da pessoa. É legal o que vocês falaram de que cada um terá sua particularidade. E, às vezes, o sentimento pode ser bom ou ruim, mas a forma como interpretamos cada um desses pensamentos é que dará o destino do que faremos com eles.
Aproveitando isso, quais seriam os maiores desafios que vocês veem que as pessoas encontram para cuidar melhor de si e gerenciar melhor as emoções?
Carol: Quando falamos de autocuidado, aposto que grande parte das pessoas responderá que não tem tempo. Fica a questão de que tempo estamos falando.
Se, logo no início, falei que autocuidado são pequenas atitudes, já me remete que não preciso de grande tempo. Não vou dispender muitas horas do meu dia para ter autocuidado. As pessoas têm de entender que pode ser um pequeno tempo, mas de qualidade.
Quando falamos disso, se conseguimos criar uma rotina de autocuidado, fica muito mais fácil não brigar com esse vilão que as pessoas acabam caracterizando que é o tempo.
Bruno: E entender que até criar essa rotina, você criará brigas com você e um monte de coisa. Mas que isso também passa em algum tempo.
Até no episódio 12, falei com o Lucas, da remotebox, sobre gestão de expectativas, de tempo, sobre o que funciona para cada pessoa. Vale a pena conferir. Mas sobre o tempo, concordo muito que é relativo. Às vezes, você não tem tempo para algo, mas passa duas horas por dia nas redes sociais. Então é colocar na balança e comprar essa briga. Não é simples criar nova rotina, mas é possível dentro da limitação de cada pessoa.
Costumo aqui perguntar coisas difíceis para que possamos trazer a realidade e não apenas o glamour, só as coisas boas. Podem ser experiências conjuntas ou separadas, qual foi o maior erro de vocês ou que vocês viram nessa questão de gerir emoções e se autocuidar?
Carol: Posso falar por mim, ainda mais enquanto mulher. Não estamos nem mais falando de uma jornada dupla. Brinco que de manhã sou fisioterapeuta. À tarde, a gente empreende. À noite, tem a casa para cuidar. E como você faz tudo isso? Em que momento tem esse tempo de autocuidado?
Também já fui uma das pessoas que diziam que não tem tempo para isso. Tive de me policiar para entender que precisava me cuidar e entender o que seria me cuidar. E é tentativa e erro, e está tudo bem. Você não precisa acertar de primeira o que você vai fazer para se cuidar e gerenciar as emoções e ser a pessoa mais zen da face da Terra. É se permitir até o erro.
Eu tinha uma barreira muito grande com a atividade física. Odeio ir a academia. Foi uma guerra e tive de descobrir uma coisa que gosto. Adorava natação, mas e o cabelo que molha? Tem que fazer escova e não dá tempo. E aí vinha o tempo novamente.
E encontrei uma atividade. Por não gostar tanto, entendi que precisava ter alto regrado. Isso precisava estar na minha agenda de atividades o meu autocuidado. Encontrei uma maneira colocando isso na minha agenda, até isso virar uma rotina.
Como criamos uma rotina? Por meio de repetição. Ter uma agenda facilita muito para ter autocuidado. E quando temos o momento de autocuidado, fica mais fácil de controlar as emoções também.
Bruno: E o que interessante. Sou profissional de educação física, e a Carol falou que a maior dificuldade dela era fazer atividade física. Então para vocês verem que o autocuidado é extremamente pessoal.
Não consigo fazer ela fazer exercício. E esse não foi meu maior erro. O meu maior erro foi a questão de tentar empreender junto. Nós somos um casal e temos de entender que acabou o momento do casal que corre atrás de serviço e começou o momento do casal em casa. Mas isso tudo no mesmo lugar e no mesmo ambiente. Com a mesma roupa inclusive.
Isso é algo que a gente ainda peca muito, porque é difícil dividir, porque somos as mesmas pessoas o tempo inteiro, com as mesmas emoções.
Sem dúvida. É bem complicado. Já passei por situações similares. Quando tinha 17, 18 anos, trabalhei um tempo com a minha mãe. Ela tinha um restaurante, e acho que foi a época mais tensa de relação entre nós dois. Obviamente, eu era ainda muito imaturo. Foi bem complexo. É complicado ter essa distinção.
Falando dessa parte empreendedora e ainda na pegada do lado mais difícil, qual foi o dia mais tenso e que vocês mais aprenderam como empreendedores?
Carol: Isso que o Bruno colocou acontece em vários momentos, a questão de até onde vai o casal que trabalha junto e o casal que se relaciona. Diante de qualquer nova demanda de trabalho, pontos de vista diferentes…
Bruno: Falando, me veio à cabeça três semanas atrás, quando estávamos num domingo, às 23h, um brigando com o outro por questões de trabalho. E os dois foram dormir muito mal. De bate-pronto, esse domingo foi o último que lembro que foi um erro.
Nós não organizamos para fazer o que tínhamos de fazer antes, porque naquele momento entendermos que precisávamos viver o casal e cada um precisava do seu momento. E deixamos algo que era muito importante para a última hora, o que gerou uma discussão num domingo, às 23h. Esse foi o último erro que cometemos.
Carol: Isso evidencia mais ainda a questão de produtividade, a importância de ter recursos que ajudem na produtividade e na organização, porque, muito provavelmente, se tivéssemos nos organizados melhor, as emoções seriam outras.
Isso é interessante, porque, provavelmente, se vocês trabalhassem juntos, mas não fossem um casal, dificilmente vocês teriam essa discussão num domingo à noite, porque o dia comercial seria na segunda. Essa questão do home office e de tudo que estamos vivendo aflora outros sentimentos, outras dinâmicas e vamos tendo de nos adaptar.
Tem um monte de gente que brinca comigo que sou chefe, porque todo dia, tenho bloqueado no meu calendário de 8 às 10h. Nesse horário, não marco reunião, não faço nada e esse horário é para mim. É para eu tomar café com calma, para falar com minha família, para meditar. Esse é o momento em que vou conseguir ter paz, pensar nas coisas, até planejar meu dia.
Sei que, obviamente, não é todo mundo que tem essa possibilidade e esse privilégio, mas, às vezes, quando não temos esse tempo para pensar, não conseguimos ter a produtividade necessária para fazer as coisas do dia a dia.
Depois que comecei a fazer isso, isso me ajudou muito a ter mais clareza, a ser mais produtivo e executar as coisas que precisava tanto na vida pessoal quanto na profissional.
Indo para esse lado um pouco mais positivo, qual foi o maior acerto que vocês tiveram, seja em autocuidado, gerenciar emoções ou até mesmo empreendendo?
Carol: Sem dúvida nenhuma, entendi que, para mim, o acerto para o meu autocuidado foi separar um momento na agenda assim como você. Tive de separar um horário. Faço uma atividade física com hora marcada, com começo, meio e fim, no dia certo da semana.
Entendi que, para mim, a organização alimentar é importante. E isso é uma forma de autocuidado.
E uma das coisas que foram difíceis aceitar é que preciso de certas horas de sono, no mínimo oito. Para o meu bom humor, para o meu bem-estar. Isso foi difícil, porque queria acordar cedo, o dia tinha de render. E o dia que acordava cedo, o dia não rendia nada. E isso é muito individual.
De emoções, essa pegou. Julgo que terapia é essencial.
Consigo ouvir algumas coisas de outras pessoas que não necessariamente eu concordo ou que teria vontade de explodir. Só respiro. Aquilo entra, filtro e, num segundo momento, vou agir. Ter esse timing entre ouvir, decodificar e tomar uma decisão, para mim, ajudou muito. Foi um passo a passo.
Bruno: Cada um tem seu jeito. Somos um casal, nós dois trabalhamos com saúde, mas temos jeitos completamente diferentes de promover autocuidado.
Brinco que meu autocuidado são pequenos momentos em que consigo me desconectar de trabalho, de notícias e de tudo. Gosto de assistir a uma série. Isso é algo que prezo todo dia, e não tenho vergonha de falar. Eu me desconecto de tudo que é digital de trabalho, para me conectar com uma série que fará eu pensar sobre a série. Para mim, isso faz bastante diferença.
E nas emoções, um hábito que cultivo há mais tempo é falar com amigos. Eu tive a Covid-19. Era um hábito que eu já estava desenvolvendo e fortaleci ainda mais esse hábito de estar mais próximo de amigos e de pessoas. Isso tem me ajudado muito.
É engraçado de falar mais. Não sei uma resposta. Tenho pensado muito sobre isso. Sou do Ceará, tenho meus amigos de infância lá, e moro em São Paulo há muito tempo.
Muitas vezes, aqui, eu passava muito tempo sem falar com eles. Nunca tinha feito uma chamada de vídeo na vida. E agora a gente fez uma chama de vídeo. Teoricamente, entre a gente, não mudou nada na relação, mas, ao mesmo tempo, parece que mudou tudo. A dinâmica social ficou diferente.
Assim como a Carol, faço terapia toda semana. Há uma brincadeira que todo mundo tem problema, quem quer resolver é quem vai ao psicólogo.
Bruno: Foi muito bacana você falar que quem quer resolver vai ao psicólogo. As pessoas estão se deparando nesta pandemia com suas emoções e seu problemas. Mas, antes, tínhamos um monte de lugar para ir. Nunca dava tempo de ver nada. Agora que não podemos ir a nenhum lugar, dá tempo de ver tudo. E isso, ao mesmo tempo, dá um medo. Mas tem de ver. E as pessoas estão se reinventando.
Também tenho visto isso e concordo. Agora temos tempo para pensar nas nossas emoções. E quando temos tempo e não estamos preparados psicologicamente para isso, é muito perigoso, porque virão muitas emoções que não conhecemos. E se não temos ajuda de um profissional para dar uma luz, torna-se mais difícil esse processo de autoconhecimento.
E se vocês pudessem dar cinco dicas práticas para quem quer começar hoje a gerir melhor as emoções e autocuidado, quais seriam?
Bruno: A primeira é bem simples e direta. Quero que a pessoa pense, responda e, se possível, escreva em algum lugar: qual é sua prática de autocuidado mais importante, aquela que é a central?
Por que é importante definir apenas uma prática? Porque, geralmente, essa prática puxa todas as outras. Portanto, defina uma que será a central,a que vai gerar gatilhos.
Depois, pense se todas as suas necessidades básicas, como ir ao banheiro, beber água, se alimentar corretamente, fazer um mínimo de atividade física e respeitar o sono, se você está cumprindo isso.
Por quê? Quando falamos de autocuidado, sempre pensamos em realizações. A Carol usou muito a expressão “tenho que”. Vamos parar para pensar se suas necessidades básicas se estão atendidas nesse momento. Isso é importantíssimo.
Um terceiro ponto: falamos muito de tempo e rotina, e algo muito importante para conseguir desenvolver esse tempo, porque muita gente deve ter brigado com a gente falando que isso é fácil. Não, não é fácil. Para conseguir desenvolver esse tempo, temos de falar muitos nãos. E não só não para outras pessoas, mas para nós mesmos. E isso, talvez, seja a parte mais difícil, falar não para você, porque estamos acostumados a suprir nossas necessidades.
Quarto ponto: cultive seus relacionamentos. O estudo mais antigo do mundo, de Harvard, foi avaliar por que as pessoas são felizes e identificou que a felicidade está relacionada a relacionamentos de qualidade.
O que significa isso? É uma relação onde você se sente seguro em ser você mesmo com a outra pessoa.
E o quinto e último ponto: respeite o seu momento e as suas escolhas. Você tem de respeitar que suas escolhas serão de acordo com o momento que você vive.
Se hoje prefiro musculação à corrida, tudo bem. Daqui um tempo, se eu preferir corrida à musculação, está tudo bem também. São momentos diferentes, objetivos diferentes.
De forma simples e direta, estes são os cinco pontos principais: definir uma prática principal para ter aquela que vão chamar as outras atitudes; suprir as necessidades mais básicas; dizer os nãos necessários para gerar tempos e rotinas; cultivar relacionamentos; e respeitar seus momentos e suas escolhas.
Carol: Apenas para complementar sobre o dizer nãos, você tem de contar com sua rede de apoio. Com certeza, todos têm uma rede de apoio para auxiliar em alguns momentos.
De repente, quem é mãe e tem criança pequena, divida as tarefas, peça ajuda ou aceite ajuda. Essa tendência de querer dar conta de tudo gera uma ansiedade e uma angústia desnecessárias, que podem ser modificadas por outras sensações se compartilharmos as tarefas, se pedirmos ajuda, se listarmos prioridades.
As demandas do dia, seja de trabalho, de coisas da casa ou de coisas do filho, vão existir o tempo todo. Listar prioridades e ser sua própria prioridade. Quando falamos de autocuidado e gerenciar emoções, seja sua prioridade. Se você não for sua prioridade, ninguém fará isso por você.
Foram dicas maravilhosas, totalmente aplicáveis. E sobre dizer não, entender seu momento e lidar com suas escolhas é muito importante.
Em 2019, tive uma crise existencial, porque trabalho remotamente desde sempre, e tinha muito uma dinâmica de trabalhar 14, 15 horas por dia, de domingo a domingo. Com isso, fiquei muito doente fisicamente, mentalmente, com burn out, estresse e tal.
No trabalho remoto, a gente prega muito a qualidade de vida na agência. E, muitas vezes, era uma terça-feira, às 17h, eu tinha terminado o que tinha para fazer e ia ver uma série, mas me sentia muito mal. Eu me sentia a pior pessoa do mundo, porque estava vendo séries numa terça-feira, às 17h. E é louco porque a sociedade doutrina você para trabalhar enquanto os outros dormem, para estudar enquanto está todo mundo lá, senão você não terá sucesso.
Demorou muito tempo para eu entender que era Ok aproveitar minha vida. Hoje, já consigo desfrutar. Então é muito legal ouvir vocês falando. É normal ter problemas e não é preciso colocar uma carga excessiva, além do que já existe.
Bruno: Até fazer uma provocação: o que é ser produtivo? Falamos bastante sobre isso. Às vezes, assistir a uma série vai gerar um ganho de trabalho tão grande lá na frente, porque você estará com sua cabeça mais fresca, que será muito mais produtivo assistir àquela série. Isso é algo que tem se criado um mito gigantesco.
Hoje eu trabalho muito menos que antes em quantidade de horas, mas sou, infinitamente, mais produtivo. Produzo muito mais e consigo dar muito mais atenção a mim, à minha vida pessoal como um todo. Hoje sou uma pessoa muito mais feliz do que antes no trabalho e na vida pessoal trabalhando menos.
É óbvio que não estou dizendo aqui que você deve parar de trabalhar ou que deve focar só em si mesmo. Você deve encontrar o equilíbrio, e isso é muito pessoal. O importante é procurar por isso.
Avançando para a fase final, que é quando damos mais dicas, quais dicas de livros que vocês dariam de qualquer assunto?
Carol: Aproveitando que estávamos falando de produtividade, tem um livro que gosto bastante que chama Produtividade para quem quer tempo, que é do Geronimo Teml.
A gente acaba gostando de livros que têm alguma atividade prática, alguma coisa que a gente consiga dali tirar para nosso trabalho.
Muitas vezes, a gente nem termina de ler um livro, porque já deu o insight que precisava.
Bruno: Para ser sincero, não leio muitos livros. Trabalho na área da saúde e estou muito acostumado a ler artigos. Se você me faz uma pergunta, muitas vezes, vou procurar se existe uma evidência científica a respeito daquele assunto.
O que tenho lido mais é sobre teorias comportamentais de adesão de atividades de autocuidado, o que tem muito a ver com autoeficácia, intenção de repetição e outros fatores que podem e mediam nossas atitudes. Tenho lido muito sobre isso e gosto muito. Mas são artigos científicos.
Talvez, um livro que possa complementar o que vocês estão falando da repetição é O Poder do Hábito. É um livro bem famoso e fala, justamente, como que essas coisas se relacionam entre si e como a repetição gera um fruto positivo para a aquisição de um novo hábito.
E essa, Bruno, acho que você conseguirá responder bem, que é dicas de filmes ou séries. Pode ser mais de uma, já que você gosta.
Bruno: Como bom profissional de educação física, falarei de uma série que está muito em alta agora, que é Last Dance, do Michael Jordan, ou Arremesso Final. Está na Netflix e trará muito do que falamos aqui.
Ele é um cara excepcional no que faz, mas o basquete é um esporte em que você não consegue ganhar sozinho. Mesmo sendo o melhor jogador de todos os tempos, ele teve muitas discussões em equipe, teve de criar e administrar relacionamentos, egos e teve de treinar muito para chegar onde chegou. É uma série espetacular.
E seguindo na mesma linha, vou falar de um filme que é Coach Carter. É um filme espetacular, que fala muito sobre disciplina, de você, mesmo sem recursos financeiros, atingir grandes feitos na sua vida.
Gosto muito do esporte, porque ele é, basicamente, dependente de treino. Obviamente, você tem de ter genética, mas se treinar, pelo menos bom, você será. Se você treinar, se dedicar e respeitar tudo isso, pelo menos bom você vai ser. E você terá de ter autocuidado.
Você falou que é cearense e vou pegar o exemplo do técnico do Fortaleza, o Rogério Ceni. É um cara que jogou até os 42 anos, e imagine o autocuidado que ele precisou ter e o gerenciamento de emoções para conseguir ficar até os 42 anos dentro de um campo de futebol. É absurdo.
Carol: Retomando o que tínhamos falado no começo, fica o convite para quem não assistiu ainda, assista ao filme Divertida Mente. Assistam com esse olhar diferente, entendendo que está tudo bem, faz parte do dia, são todas as emoções, é tudo junto e misturado, e a vida segue.
Acho que vale assistir com esse novo olhar.
Gosto muito de futebol, sou fanático, tenho até um blog paralelo à Digilandia que se chama Esportelândia. É um blog só de esportes, falamos de mais de 15. Terminei agora de ver Last Dance. É fenomenal, muito interessante. Excluindo a parte de ego e de brigas do Jordan, é impressionante a determinação e o foco que ele tem em treinar, em evoluir e ser, de fato, o melhor jogador de todos os tempos.
E quando você compara com todos os outros caras ou mulheres que são fora da curva, todos têm esse mesmo comportamento. Tem as pessoas que são geniais.
Pegando o exemplo do futebol, Ronaldinho Gaúcho foi o cara mais genial que eu vi jogar. Mas o Ronaldinho foi o mais genial que vi, muito melhor que Messi ou Cristiano Ronaldo, para mim. Mas ele não tinha o foco do Cristiano. Ele jogou em auge por alguns anos, mas não manteve como Messi e Cristiano Ronaldo fazem por anos e anos.
E aquilo que você falou do treino, o Cristiano Ronaldo não é tão gênio quanto o Ronaldinho ou o Messi, mas é uma máquina de determinação e foco, que proporcionam a ele com todos os méritos ser um dos melhores da história do futebol.
Na parte de treino, tem vários exemplos, como a Serena Williams no tênis ou o Kobe Bryant no basquete e o Michael Phelps na natação.
Há uma propaganda da Under Armour que é genial com o Michael Phelps que é genial. Mostra toda a rotina de treino dele para conseguir o sucesso. A propaganda é fenomenal.
E, por último, nessa parte de dicas, tem algum meio de conteúdo que vocês consomem? Pode ser outro podcast, blogs ou outro canal que vocês indiquem?
Carol: Vou dirigindo para o trabalho e levo, mais ou menos, 40 minutos e costumo ouvir podcasts relacionados à saúde. E gosto muito do Detetives da Saúde e Felicidade iLTDA. São conteúdos semanais, que acabam trazendo insights para a vida própria e para a vida profissional também.
Bruno: Também vou nessa linha de podcasts. Gosto muito do Detetives, porque ele tem um crivo na seleção de materiais dele. E vou deixar rapidinho um insight. Sendo profissional de educação física no meu dia a dia, mas só faço exercício se tenho um podcast para escutar. Então tenho vários podcasts de temas diferentes, incluindo o Digicast, que coloco quando vou fazer exercício. Fica aí uma dica para tornar mais prazerosa a experiência a partir de um podcast.
A última pergunta é um momento jabá, para vocês deixarem o que quiser sobre A Fórmula da Saúde. O espaço é todo de vocês!
Bruno: Muito obrigado, Pedro, por nos convidar. A Fórmula da Saúde é um serviço que cuida da saúde de pessoas em suas empresas, com foco em programas de saúde integrada, em que conseguimos atender desde necessidades individuais até necessidades coletivas.
Se você quiser saber um pouco mais sobre o que estamos falando, é só seguir a gente nas redes sociais com @aformulasaude. Temos também o site www.aformuladasaude.com.br. E nesses meios, colocamos algumas dicas.
E nós estamos também sempre abertos a perguntas. Se você tiver alguma dúvida ou sugestão, é só mandar um direct ou e-mail, que a gente responde. O e-mail é contato@aformuladasaude.com.br.
Carol: A ideia é essa. Quem quer cuidar um pouquinho da saúde e de forma descomplicada, sem que esse momento seja um checklist na sua agenda de tarefas, estamos aqui para tentar ajudar a desmistificar os cuidados com a saúde.
Bruno: E acompanhar no processo de mudança, porque a gente sabe que, quando você faz acompanhado, é muito melhor do que sozinho.
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