O comportamento do consumo da energia elétrica na pandemia passou por variações desde março de 2020, tem uma forte influência dos movimentos econômicos e também das medidas de isolamento adotadas em todo o país.
Além disso, também é possível identificar diferenças significativas quando o consumo é segmentado em classes, como residencial, industrial, comercial e rural.
Por isso, aqui vamos apresentar dados que elucidam essas oscilações, as quais estão diretamente relacionadas aos consumidores do Mercado livre de Energia — conceito que também explicaremos aqui.
Leia o artigo até o final e entenda melhor o que aconteceu com o consumo da eletricidade na pandemia.
Dados que você precisa saber a respeito do consumo da energia elétrica na pandemia
Segundo levantamento feito pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), entidade responsável pela compra e venda de energia elétrica no Brasil, em 2020 houve uma queda de 1,5% no consumo de energia no país em comparação a 2019.
Apesar de os últimos meses do ano terem registrado uma recuperação, especialmente nos setores em que há maior consumo, os meses de abril, maio e junho puxaram os índices para baixo, principalmente por conta da queda nos setores de produção, bens e serviços.
Por outro lado, é interessante observar que o consumo no Mercado Livre de Energia aumentou 2,8% no mesmo período; nele os consumidores podem negociar diretamente com as empresas que comercializam e geram energia.
Já no Mercado Regulado, em que é possível comprar energia elétrica apenas da concessionária responsável pela distribuição na região, o consumo em 2020 caiu 3,4%.
O principal motivo para isso é que houve uma migração considerável de consumidores do Ambiente de Contratação Regulado (ACR), que é o Mercado Regulado, para o Ambiente de Contratação Livre (ACL), o Mercado Livre de Energia. Segundo a CCEE, ao todo 1.522 agentes e 5.239 unidades consumidoras migraram em 2020.
Considerando o cenário de 2021, o setor energético já demonstra alta e no primeiro trimestre cresceu 4% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo a CCEE.
A alta se deve principalmente à expansão de 11,78% do ACL, já que o crescimento do consumo do Mercado Regulado foi de apenas 0,61%.
Mas quais são exatamente as diferenças entre o ACR e o ACL
Para entender melhor porque o Mercado Livre de Energia impactou tanto o consumo da energia elétrica na pandemia, é importante conhecer as diferenças entre os ambientes de contratação que existem hoje no Brasil.
O Ambiente de Contratação Regulada, no qual está o Mercado Regulado — também chamado de Mercado Cativo — é formado pelos consumidores cativos, os quais têm acesso à energia com tarifas que são estabelecidas pelo governo. Ou seja, apenas é possível adquirir a energia da distribuidora local.
Já o Ambiente de Contratação Livre é composto pelo Mercado Livre de Energia, formado pelos consumidores livres que podem negociar energia diretamente com as geradoras ou comercializadoras de energia. Por consequência, é possível encontrar preços mais atrativos do que os do ACR.
Outro ponto importante é que empresas de qualquer segmento podem migrar para o Mercado Livre de Energia e fazer parte do ACRL, mas é preciso ter a demanda mínima de energia necessária para isso, o que nos leva ao próximo tópico.
Quem pode migrar para o Mercado Livre de Energia
É preciso que a empresa se enquadre em pelo menos uma das categorias listadas abaixo caso queira migrar do Mercado Cativo para o Mercado Livre de Energia:
- Consumidor Livre: é aquele que tem uma demanda mínima de 1,5 MW e pode escolher o fornecedor de energia por meio de livre negociação;
- Consumidor Especial: é o consumidor que tem uma demanda entre 500 kW e 1,5 MW e pode adquirir energia de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) ou de fontes renováveis (eólica, biomassa ou solar, por exemplo);
- Comunhão: caso a empresa não tenha a demanda mínima para migrar, existe a opção de fazer um processo chamado de “comunhão de cargas” com outras unidades consumidoras para atingir o mínimo necessário de 500 kW. Porém, isso apenas é válido para consumidores com o mesmo CNPJ ou localizados em áreas que não são separadas por vias públicas.
Para você entender o que esses volumes representam, um transformador de rua comum que contempla inúmeras residências tem capacidade de gerar cerca de 75 kW. Por isso, hoje são as empresas com uma demanda alta de energia que conseguem migrar para o Mercado Livre de Energia.
O que essas informações têm a ver com os dados sobre o aumento do consumo de energia no Brasil durante a pandemia
Como mostramos anteriormente, tanto em 2020 quanto em 2021 houve um aumento do consumo de luz na pandemia registrado pelo Mercado Livre de Energia, que é justamente no qual estão empresas com uma alta demanda, como comércios, shoppings, indústrias e prédios comerciais, por exemplo.
É por isso que o comportamento do consumo da energia elétrica na pandemia está diretamente relacionado à economia e às medidas de isolamento adotadas em todo o país. Apesar do volume expressivo de pessoas que começaram a fazer home office, o impacto no setor energético foi causado principalmente pelas grandes empresas que estão no ACL.
Além disso, os números também mostram como o movimento de migração para o Mercado Livre de Energia elevou o consumo desse ambiente de contratação.
A grande vantagem desse processo está justamente no fato de que as empresas conseguem alcançar uma redução de até 35% na conta de energia elétrica, já que os preços de contratação do Mercado Livre de Energia são mais competitivos.
Agora que você já entendeu o que aconteceu com o consumo da energia elétrica na pandemia e como isso está relacionado com os consumidores do ACL, que tal considerar a migração? A Esfera Energia, referência nacional em gestão de energia no Mercado Livre de Energia pode te ajudar.
Esse artigo foi escrito pela Esfera Energia, empresa referência nacional em gestão de energia no Mercado Livre.