A síndrome do impostor é uma condição psicológica na qual a pessoa se recusa a aceitar o próprio sucesso, acreditando ser uma fraude.
Quando alguém sofre com esse sentimento, a mente distorce sua autopercepção, criando uma impressão de insuficiência e despreparo.
Apesar de não ser considerada um transtorno psicológico pela OMS (Organização Mundial da Saúde), é um fenômeno que atinge diversas pessoas.
Um estudo de 2011, publicado no Journal of Behavioral Science (Periódico de Ciência Comportamental), apontou que 70% da população vai passar por pelo menos um episódio de síndrome do impostor.
Outra pesquisa, conduzida em 2018 pelo Blind, um fórum de bate-papo anônimo, mostrou que 58% dos profissionais da área de tecnologia têm sentimentos de incompetência.
Esses dados expõem como sentir-se dessa forma é algo que acontece em larga escala na sociedade atual.
E como faz para identificar a síndrome do impostor? Quais são as suas causas? Como enfrentá-la? Continue com a gente e confira as respostas nos parágrafos a seguir.
O que causa a síndrome do impostor?
A síndrome do impostor é um fenômeno complexo, por isso é difícil apontar de forma certeira as suas causas específicas.
Contudo, estudos coordenados por especialistas em saúde mental mostram que pessoas em duas situações particulares têm maior propensão a desenvolver esse quadro:
- Indivíduos em ambientes competitivos
- Minorias sub-representadas ou invisibilizadas
Ambientes competitivos
A pressão social provocada pela competição está relacionada com o surgimento de sentimentos de incapacidade.
Esse cenário pode ser visto em diversos âmbitos como, por exemplo, em famílias e trabalhos com muita cobrança.
Sub-representatividade ou invisibilização de grupos
Atualmente, ainda existem vários conjuntos de pessoas que são discriminadas por características relacionadas a gênero, cor, sexualidade, classe social, entre outras.
Diante disso, a sensação de não pertencimento e não merecimento podem ser consequências de quem sofre essas agressões.
Quais são os males provocados pela síndrome do impostor?
A síndrome do impostor traz diversos prejuízos para a vida pessoal e profissional.
Além de esgotar suas energias e afetar a produtividade e a criatividade, também causa os seguintes comportamentos e sentimentos:
- Ansiedade
- Insegurança
- Autossabotagem
- Baixa autoestima
- Comportamento autodestrutivo
- Autodepreciação
- Necessidade de aprovação dos outros
- Procrastinação ou esforço exagerado
- Autocrítica em excesso
São muitos os efeitos, não é mesmo? E nem um é benéfico!
Aliás, pode ser um indicativo para transtornos como depressão.
No entanto, é importante ressaltar que não existe uma relação direta entre as condições. Pode significar apenas um sinal de alerta para outras alterações prejudiciais.
No TEDx a seguir, Mike Cannon-Brookes conta suas experiências relacionadas à síndrome do impostor. Ele é co-fundador e co-CEO da Atlassian, empresa de softwares responsável pelo Trello e pelo Jira, por exemplo. Confira:
Como enfrentar a síndrome do impostor?
O primeiro e principal conselho que podemos te dar é: procure um profissional de saúde mental.
Não existe um tratamento padrão para a síndrome do impostor. Por isso, a ajuda de um especialista é necessária.
Com o auxílio dele, a melhor estratégia de enfrentamento pode ser traçada e colocada em prática.
Contudo, nós separamos 7 dicas que, em conjunto com a terapia, podem contribuir para você ter um dia a dia mais tranquilo:
1. Reflita se os pensamentos negativos realmente fazem sentido
Muitas vezes autocríticas podem ser resultado de uma percepção distorcida.
É importante ter um olhar crítico sobre o próprio trabalho para fazer uma avaliação melhor de como ele está.
Mas, também é fundamental refletir se as críticas realmente afetam a qualidade do que foi feito.
Em alguns casos, o julgamento realizado pode ser apenas perfeccionismo, não influenciando necessariamente no resultado final da atividade.
2. Trabalhe o autoconhecimento
Entender quais são os seus gatilhos para a síndrome do impostor pode ser uma grande ajuda para você e o seu terapeuta pensarem nos caminhos a serem seguidos.
Para isso, é preciso se autoconhecer.
Faça uma investigação interna, procure descobrir o que te faz bem e o que te faz mal.
Explore suas emoções e analise-as. Dessa forma, é possível descobrir as circunstâncias nas quais elas intensificam.
O desenvolvimento do autoconhecimento ocorre por meio dessas e outras reflexões íntimas.
Assim, pode-se conquistar um grande aliado na luta contra a autossabotagem.
3. Não compare-se aos outros
Uma pesquisa conduzida em 2019 pelo jornal estadunidense The Michigan Daily, revelou que 87,9% dos estudantes de graduação frequentemente comparam sua habilidade acadêmica com a dos colegas.
Embora esse estudo seja específico, é provável que os números não variem muito em outros ambientes.
Porém, essa atitude não traz benefícios, nem deve ocorrer. Cada pessoa é única e executa os deveres da sua forma.
É muito complicado colocar suas habilidades lado a lado com a de outro indivíduo, sendo que existem contextos, situações e muitas outras coisas por trás de cada um.
Então, por mais difícil que seja, tente ao máximo evitar se comparar aos outros.
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4. Peça feedbacks
Está com dúvidas em relação à qualidade do seu trabalho? Peça feedbacks!
Ouvir a opinião de pessoas que você confia e que têm experiência em sua área é uma boa forma de saber como estão suas tarefas.
Afinal, um olhar externo é capaz de ver com mais facilidade aspectos que muitas vezes você não enxerga ou se nega a enxergar.
Além disso, o ideal é que toda empresa tenha uma cultura de feedbacks. Essa uma ótima maneira de criar um ambiente de trabalho com segurança psicológica, que valoriza e preza pelo bem-estar de seus colaboradores.
5. Encontre uma motivação
Utilize o autoconhecimento e procure atividades que te incentivem a tomar riscos e experimentar novos desafios.
O estímulo em fazer algo do qual gosta pode contribuir para deixar de lado os sentimentos de incapacidade.
6. Lembre-se que ninguém é perfeito
Como já dizia o ditado popular: “errar é humano”.
Não se desanime ou se sinta incapaz por causa de uma falha. Todos erramos e essa é uma parte da nossa essência.
Foque no aprendizado que pode ser tirado desse acontecimento. Mesmo de situações negativas é possível aproveitar experiências que podem ser úteis no futuro.
7. Tenha um “círculo” de apoio
Ter um grupo de pessoas confiáveis que te apoiam pode ser um diferencial na luta contra comportamentos autodestrutivos.
Eles serão sua “âncora” para momentos nos quais a crença em si mesmo estará em baixa.
Então, cerque-se daqueles que você ama e confia.
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