Entre todos os chefes com os quais você já trabalhou, qual foi o líder que deu mais espaço para a troca de ideias e a participação dos colaboradores em decisões estratégicas? Certamente, o profissional que mais se aproximou desse perfil é aquele que está mais perto de aplicar uma liderança democrática em sua empresa.
Esse modelo de gestão é cada vez mais difundido e se difere dos perfis centralizadores que eram os mais comuns no mercado corporativo. A propagação da liderança democrática está atrelada aos diversos benefícios que ela proporciona tanto para a empresa quanto para seus colaboradores.
Se você quer saber mais sobre quem são os líderes democráticos e como eles contribuem para bons resultados em suas empresas, continue conosco. A seguir, vamos explicar o que é a liderança democrática, quais são suas vantagens e como pode ser aplicada.
O que é liderança democrática
A liderança democrática é aquela em que os gestores dão espaço para que os colaboradores opinem e participem de decisões empresariais. Com abertura para discussões, todos dividem responsabilidades, seja sobre um setor específico ou toda a organização.
Os profissionais com esse perfil de gestão aplicam, efetivamente, o que significa a palavra democracia. Esse é um termo nascido no grego demokratía pela junção de demos (“povo”) e kratía (“força, poder”). Portanto, o que é muito discutido no campo político é incorporado também ao mundo corporativo.
As empresa onde a liderança democrática é aplicada se diferenciam do formato que era comum nas últimas décadas, em que os gestores assumiam posição centralizadora e aplicavam a liderança autocrática. A seguir, explicamos as diferenças entre esses dois perfis de gestão.
Ouça a participação de Fernando Pacheco no Digicast e saiba como aplicar a liderança remota:
Diferenças entre liderança democrática e liderança autocrática
Enquanto os líderes democráticos abrem espaço para discussão e permitem que os colaboradores participem de decisões, os gestores que aplicam a liderança autocrática centralizam todo o poder e são os únicos responsáveis por decidir o que será feito em suas empresas.
Líderes autocráticos são mais comuns em organizações onde há uma hierarquia rígida, em que os profissionais que ocupam os cargos mais altos não permitem que os demais interfiram nos direcionamentos.
Nesse modelo de gestão mais tradicional, há pouco espaço para a comunicação e os ambientes corporativos são pouco saudáveis. Muitas vezes, o chefe assume um papel dominador e passa a ser temido por funcionários.
Já a liderança democrática é mais presente em organizações com estrutura horizontal, em que os colaboradores têm autonomia para tomar suas próprias decisões.
Ao dar autonomia para que os funcionários desenvolvam suas atividades e encontrem os melhores caminhos, os líderes democráticos criam um ambiente favorável à cultura de inovação. Nesse caso, não importa a origem das ideias, o essencial é que todos se envolvam na busca por melhores resultados.
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Características de um líder democrático
Para que a liderança democrática seja aplicada, é preciso que os gestores tenham algumas competências, como a abertura para o diálogo e a capacidade de envolver todos os membros da equipe.
Mais do que focar apenas em resultados, os líderes democráticos buscam o desenvolvimento de todos com quem trabalham. Para isso, mantêm as seguintes características:
Atua sem superioridade
Ainda que ocupem cargos de liderança, os gestores com perfil democrático não se posicionam como superiores aos demais membros de suas equipes. Pelo contrário, eles são acessíveis e mantêm contato constante com todos.
Dá feedbacks construtivos
Na liderança democrática, os líderes praticam a comunicação com clareza e proporcionam um ambiente em que os feedbacks são constantes. Além de orientar seus colaboradores sobre como podem se desenvolver, esses gestores são abertos a ouvir críticas quaisquer constrangimentos.
Encoraja a participação
Líderes democráticos atuam como facilitadores para que todos exponham suas opiniões e ajudem na construção do planejamento ideal e no desenvolvimento das melhores ações para a equipe.
Preocupa-se com a equipe
O bem-estar dos profissionais afeta diretamente na sua produtividade no trabalho. E essa é uma preocupação comum aos líderes democráticos. Eles esperam que seus colaboradores se sintam confortáveis para trabalhar da melhor forma.
Tolera erros e estimula a criatividade
Um dos principais obstáculos para a criação de culturas de inovação é o receio de que erros sejam punidos. Os líderes democráticos, entretanto, entendem que o erro faz parte da rotina e estimulam que seus liderados assumam riscos. Assim, proporcionam ambientes que encorajam a criatividade.
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Vantagens e desvantagens da liderança democrática
O desenvolvimento de uma liderança democrática traz benefícios tanto para a empresa quanto para os colaboradores.
Entre as principais vantagens:
- Aumento da motivação e do engajamento: mais envolvidos nas decisões, os colaboradores tendem a se sentir mais valorizados e importantes para a empresa;
- Incentivo à autogestão: os colaboradores têm autonomia para tomar decisões;
- Interação entre líderes e liderados: é criado um ambiente de diálogo constante;
- Aumento de empatia dos funcionários com decisões: uma vez que participam da tomada de decisão, os colaboradores tendem a ser mais compreensivos com as decisões dos gestores;
- Aumento da produtividade: mais motivados e engajados, os colaboradores se tornam mais produtivos e se comprometem mais com os resultados da empresa;
- Aumento da capacidade de inovação: com mais trocas de ideias e maior tolerância a erros, há criação de um ambiente mais propício ao surgimento de novas soluções.
Embora a liderança democrática proporcione diversos benefícios na rotina de trabalho, ela pode trazer também desvantagens se não houver um bom planejamento.
Entre as principais desvantagens da liderança democrática, estão:
- Possibilidade de a tomada de decisão se tornar mais lenta: uma vez que todos opinam e tem espaço para manifestar seus pontos de vista, a decisão pode não ser tão ágil quanto em ambientes que a decisão é centralizada;
- Possibilidade de haver conflitos entre pontos de vista: os gestores devem se posicionar para evitar que opiniões divergentes provoquem conflitos e, por muitas vez, as minorias discordantes fiquem em segundo plano;
- Gestores “reféns” de seus liderados: os líderes devem ter pulso firme para evitar que os colaboradores passem a se manifestar quando não deveriam ou questionem seu papel de líder.
Para evitar que esse cenários acima se concretizem, é importante que a empresa avalie seu contexto antes de adotar a liderança democrática. A seguir, detalhamos quais ações devem ser tomadas para que esse perfil de gestão seja aplicado com sucesso.
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Como aplicar a liderança democrática
A liderança democrática pode proporcionar um ambiente saudável e um melhor clima organizacional. Porém, é preciso haver organização para que todas as opiniões sejam consideradas e, principalmente, não ocorra perda de foco.
Antes de adotar esse perfil de gestão, a empresa deve avaliar seu organograma e as funções desempenhadas por todos os colaboradores. É importante ainda que os líderes sejam treinados para exercer as competências de uma gestão democrática.
Para que todos os benefícios sejam observados, devem ser criados canais de comunicação onde todos possam se manifestar e contribuir efetivamente para a tomada de decisões.
Portanto, antes de seguir por esse perfil de gestão, procure avaliar se sua empresa está devidamente preparada para adotar a liderança democrática. Caso o cenário seja positivo, a tendência é que sua organização se torne ainda mais capaz de gerar bons resultados.
Aproveite para compreender como desenvolver a criatividade e estimular novas soluções.