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Em uma previsão anterior à crise provocada pela pandemia de coronavírus, a International Data Corporation (IDC) estimou que os gastos com tecnologia focada em transformação digital chegarão a US$ 6 trilhões até 2022.

As impressionantes cifras apontadas pelo IDC refletem o alto nível de investimento que será feito nos próximos anos para que as companhias estejam aptas a atender seus clientes da melhor forma. Isso se traduz em grandes oportunidades, mas também na necessidade de estarmos preparados para as mudanças. 

A forma como empresas se relacionam com seus clientes já não é a mesma de cinco anos atrás. A tecnologia muda constantemente nossas relações interpessoais e como trabalhamos. 

Diante deste cenário, como sua empresa tem se comportado? E você, como profissional, o que tem feito para se adequar às novas exigências desse mercado?

A transformação está acontecendo enquanto você lê este conteúdo. E é preciso ser ágil para responder às novas demandas, senão o impacto pode ser drástico para os seus negócios e, especialmente, para o seu futuro profissional.

Mas não se preocupe, não estamos aqui para causar ansiedade aos leitores da Digilandia. A seguir, apresentaremos o caminho para que as empresas estejam aptas a acompanhar a transformação digital e os profissionais mais preparados para atender às novas demandas.

Para começar, vamos partir do básico: afinal, o que é transformação digital?

Conceito de transformação digital

Transformação digital é a incorporação do uso da tecnologia digital às soluções de problemas tradicionais, com o objetivo de melhorar o desempenho de negócios e garantir melhores resultados. 

Porém, engana-se quem pensa que o simples uso de tecnologias fará com que empresas correspondam às demandas impostas pela transformação digital. 

Esta é uma transformação estrutural nas organizações, dando um papel essencial para a tecnologia. As mudanças devem permear toda a cultura organizacional, para uma mudança de estratégias de negócios e de mindset de líderes e colaboradores.

Esse processo demanda recursos e tempo, mas não está restrito às grandes companhias. Mais do que uma questão de aplicação de tecnologia, é um desafio de gestão.

Antes de analisar quais recursos devem ser empregados por sua empresa, lembre-se que a transformação digital não é uma adoção massiva de novas tecnologias, mas uma revolução digital no mundo dos negócios.

Entenda, a seguir, como a transformação digital está atrelada às revoluções industriais que vivenciamos ao longo da história.

Transformação digital e indústria 4.0: como chegamos até aqui

A transformação digital está diretamente relacionada a uma nova era industrial, conhecida como indústria 4.0. 

O conceito de quarta revolução industrial, ou Indústria 4.0, foi desenvolvido pelo alemão Klaus Schwab, diretor e fundador do Fórum Econômico Mundial. Segundo ele, a industrialização atingiu uma quarta fase, que novamente “transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos”.

Para entendermos como chegamos até aqui, é preciso relembrarmos as revoluções industriais vividas pela humanidade:

  • Primeira Revolução Industrial: no século XVIII, foi a primeira vez em uma máquina ultrapassou a capacidade de um animal em realizar tarefas que moviam o dia a dia das pessoas. O trabalho artesanal começou a ser substituído por maquinário.
  • Segunda Revolução Industrial: na segunda metade do século XIX, a descoberta e o aproveitamento de novas fontes de energia proporcionaram o desenvolvimento tecnológico aplicado, principalmente, às indústrias elétrica, química, metalúrgica, farmacêutica e de transportes.
  • Terceira Revolução Industrial: a partir de 1950, houve a criação de robôs que foram inseridos no processo produtivo. Grandes computadores passaram a realizar tarefas programadas.
  • Quarta Revolução Industrial: também conhecida como Indústria 4.0, acontece atualmente, com os robôs integrados em sistemas ciberfísicos, alterando a forma como trabalhamos, vivemos e nos relacionamos.

Enquanto a terceira revolução industrial trouxe a tecnologia da informação e das telecomunicações, a indústria 4.0 utiliza esses recursos para ser totalmente automatizada a partir de sistemas que combinam máquinas com processos digitais.

“A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital”, esclarece Klaus Schwab, em seu livro A Quarta Revolução Industrial, publicado em 2016.

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Vivenciamos a primeira vez em que a transformação não tem fronteiras entre áreas da ciência. Ainda que os conceitos possam levar ao entendimento que a Indústria 4.0 está relacionada somente a nanotecnologia, neurotecnologia, biotecnologia e robótica, os seus impactos envolvem mesmo quem não está diretamente envolvido no trabalho em indústrias inteligentes e automatizadas.

As mudanças tecnológicas e a propagação do seu acesso a todas as pessoas mudam, consideravelmente, o comportamento de consumo de informações, produtos e serviços. Consequentemente, é necessário que as empresas sejam ágeis nas respostas a essas mudanças.

Por que sua empresa deve estar atenta à transformação digital? 

Como destaca Ricardo Guerra, CIO do Itaú Unibanco, “atualmente, acontece a maior jornada já enfrentada em relação à mudança do método e do modelo de trabalho. Se as corporações não entenderem que o nível de ansiedade mudou, elas não atenderão aos anseios de seus clientes. Assim, ficarão fora do mercado, pois uma nova empresa surgirá, com novas tecnologias, mudanças de metodologia, entregas rápidas e respostas eficientes para atender o comportamento de clientes”.

Os 4 pilares da transformação digital

A necessidade de adaptação a um novo modelo de trabalho e relacionamento interpessoal passa por quatro pontos que podem ser considerados os pilares da transformação digital. A atenção a eles é o que determinará se uma empresa será capaz de acompanhar essas mudanças e superar os seus concorrentes.

Independentemente do mercado, a transformação digital atingirá empresas mais rápido do que imaginamos. Mesmo as companhias mais bem-sucedidas atualmente correm risco de terem seus modelos de negócio defasados se não estiverem preparadas para implementar estratégias digitais que atendam às exigências futuras. 

A agilidade para alcançar essas respostas está diretamente atrelada aos pontos que destacamos a seguir.

Relacionamento com clientes

Nas últimas décadas, o comportamento do consumidor mudou drasticamente. Essas mudanças se tornaram ainda mais acentuadas com dois fatores tecnológicos: a possibilidade de acesso à internet com dispositivos móveis e a oferta de serviços na nuvem.

Segundo a consultoria SiriusDecisions, 67% da jornada de compra atualmente é realizada por meios digitais. Isso impõe às empresas a obrigatoriedade de se voltarem para serviços digitais, sob ameaça de serem extintas caso não sejam ágeis nessa transformação. 

Um exemplo claro de como o comportamento de consumo foi alterado está no varejo. Mesmo com o mercado em baixa no Brasil por causa da crise econômica, o e-commerce cresceu 23% no país em 2019. Os brasileiros gastaram 75 bilhões de reais no comércio eletrônico no ano.

Foi a partir dessa transformação que surgiu o conceito de omnichannel, uma estratégia de uso simultâneo e interligado de diferentes canais de comunicação, para estreitar a relação entre online e offline e, assim, aprimorar a experiência do cliente. 

Contudo, não basta oferecer canais digitais para o contato dos clientes. É preciso transformar todos os processos em digitais, alterando toda a organização e operação de uma empresa.

Mesmo que o produto oferecido não seja digital, as companhias são reconhecidas agora por sua presença digital. A tecnologia é também o meio em que seus serviços são encontrados e avaliados. 

Dessa forma, impreterivelmente, todas as empresas devem ser capazes de oferecer experiências baseadas em recursos tecnológicos.

O próximo passo é aproveitar os dados e informações geradas por todos os meios digitais de contato dos consumidores e, assim, analisar possíveis ações para aprimorar ainda mais as experiências. 

Seja partindo de uma simples pesquisa de Net Promoter Score (NPS) ou com o uso de ferramentas mais complexas de analytics, irreversivelmente, o caminho será a customização de ofertas.

Para ter ainda mais informações sobre relacionamento com consumidores, acesse o Manual de experiência do cliente para CEOs elaborados pela McKinsey.

Empoderamento de colaboradores

Para serem capazes de entregar as melhores experiências aos seus clientes, as empresas precisam empoderar seus colaboradores. Afinal, são essas pessoas que estão em contato direto com os consumidores e têm a possibilidade de identificar gargalos no processo de atendimento.

Além disso, a capacidade de empoderar funcionários será fundamental para a atração dos melhores talentos num mercado com cada vez mais profissionais da geração Y.

Também conhecidos como Millennials, esses colaboradores são nativos da era digital e trazem consigo novos perfis de trabalho. Segundo pesquisa da PwC, 65% dos profissionais nascidos na virada do século 20 desejam trabalhar em casa ou ter um horário de trabalho flexível.

Dessa forma, as organizações precisam adequar sua cultura organizacional e estarem preparadas para seguir todos os passos necessários para implantar o home office

Ainda que os profissionais não estejam no mesmo local, é preciso manter o alinhamento de toda a equipe sobre os propósitos e valores organizacionais. Neste momento, será fundamental contar com gestores que sejam capazes de exercer uma liderança remota, ainda que as habilidades de gestão sejam inerentes à distância para os liderados. 

“Não existe líder remoto ruim, existe líder ruim. A adaptabilidade é uma das principais características da liderança, a capacidade de contextualizar, a liderança situacional e como eu me adapto a diferentes contextos”, ressalta Fernando Pacheco, autor do livro O caminho dos líderes.  

Na era da transformação digital, estruturas rígidas e hierarquizadas, dificilmente, conseguirão responder às exigências de dinamismo da digitalização. Há hoje uma infinidade de ferramentas que ajudam a encurtar distâncias e tornar o trabalho mais produtivo, colaborando para a otimização da operação, o pilar que veremos a seguir.

Otimização de operações

Diante de um cenário em que o objetivo é entregar as melhores experiências para o consumidor, toda a empresa deverá se voltar para essa meta. É este o conceito amplamente difundido de customer centricity, ou simplesmente a colocação das necessidades do seu público acima das suas.

Ainda que muitas companhias tenham implementado setores de sucesso do cliente nos últimos anos, o objetivo é comum a todas as áreas. O setor financeiro deve buscar as soluções mais ágeis para aumentar a satisfação dos consumidores no momento de pagamento e a equipe de produto deve estar voltada a uma entrega baseada na experiência do usuário.

A transformação digital demanda que a métrica para uma tecnologia de sucesso mude de foco. A análise não deve se concentrar mais na funcionalidade de um aplicativo, mas em uma experiência em constante evolução. 

Para isso, são usados conceitos de metodologias ágeis, que otimizam operações com processos automatizados e reduzem custos e tempo de produção. 

Porém, mais do que o uso de métodos de trabalho e ferramentas online, é preciso adotar um mindset digital, que proporcione uma cultura de respostas e protagonismo no mercado.

Transformação de produtos e serviços

Como já era de se esperar, outro ponto fundamental da transformação digital é a mudança do produto ou serviço em si. Afinal, de nada adianta que as empresas se conectem com seus clientes, mas mantenham produtos e serviços ultrapassados.

A adequação dos produtos às novas tecnologias é determinante para a sobrevivência no mercado. Podemos citar exemplos claros de como isso acontece, positivos e negativos.

Nokia

Entre a década de 1990 e o início dos anos 2000, a Nokia era a líder mundial no mercado de telefones celulares.

Quando a internet passou a integrar os dispositivos móveis, outras companhias começaram a entender como os dados, e não a voz, eram o futuro da comunicação. A Nokia, entretanto, continuou se concentrando no hardware pelo temor que as mudanças não fosse bem aceitas por seus usuários.

O erro da Nokia foi não querer liderar a mudança drástica na experiência do consumidor. Assim, a empresa desenvolveu um sistema operacional com uma experiência ruim.

Já a Apple, em 2007, lançou o iPhone, um telefone sem teclado, que era revolucionário na época.  A Nokia ainda tentou se recuperar no mercado de smartphones, mas a reação foi tardia.

Yahoo

Em 2005, o Yahoo era um dos principais players no mercado de publicidade online. Porém, a companhia subvalorizou a importância das pesquisas e se concentrou mais em se tornar uma gigante da mídia.

Consequentemente, o Yahoo conseguiu conquistar um grande número de espectadores para visualizar o conteúdo, mas não obteve lucro suficiente para escalar.

Além disso, o Yahoo deixou escapar muitas oportunidades de aquisição que poderiam tê-las salvado. Em 2002, o CEO da companhia se recusou a fazer o acordo para a compra do Google. Já em 2006, uma diminuição na oferta levou Mark Zuckerberg a desistir da venda do Facebook ao Yahoo.

Quer saber mais sobre razões que levam empresas ao fracasso? Confira o vídeo abaixo, em que Knut Haanaes aponta duas razões para isso.

Amazon

A Amazon fez o caminho inverso para se tornar a empresa mais valiosa do mundo em janeiro de 2019. 

Fundada em 1994 com o nome de “Cadabra”, a empresa de Jeff Bezos teve início em uma garagem de Seattle, nos Estados Unidos, como uma startup que vendia livros usados. Rapidamente, foi capaz de adotar novos modelos de negócios, reinvestindo o faturamento em depósitos, redes de distribuição e tecnologia para armazenamento de informação.

Reconhecida como um gigantesco marketplace, a Amazon se tornou uma das maiores criadoras de conteúdo original da indústria do entretenimento. Além disso, opera no mercado de armazenamento de dados na nuvem com a Amazon Web Services (AWS) e tem contrato com a CIA (agência de inteligência americana), em que gerencia dados altamente sigilosos.

Não importa qual o mercado em que sua empresa opera, ela deve ser capaz de gerar novos negócios online. E para isso, é preciso que os gestores tenham atenção constante à necessidade de inovação.

Aqui, vale repetir uma dica: empoderar os colaboradores pode ser determinante para identificar demandas dos clientes e carências do mercado e, assim, encontrar novas soluções.

Inovação e transformação digital

Segundo a revista Forbes, as cinco empresas mais valiosas do mundo em 2019 eram Apple, Google, Microsoft, Amazon e Facebook. O que elas têm em comum? São todas do mercado de tecnologia.

Sua companhia pode não ser ter a capacidade de investimento dessas gigantes, tampouco operar nesse mesmo mercado, mas há uma certeza: é necessário investir em tecnologia para ser uma empresa líder em qualquer setor.

Como vimos na lista acima, há uma forte relação entre desempenhos de negócios e o uso de tecnologias inteligentes para corresponder às necessidades impostas pela transformação digital. 

Esse cenário obriga que as empresas invistam em mais recursos ao mesmo tempo em que oferecem capacitação aos seus colaboradores para que eles estejam aptos a tirar o melhor proveito de suas ferramentas.

De acordo com o relatório Brazil Digital Report, elaborado pela McKinsey, o país tem deficiências em relação à inovação. A produtividade cresceu pouco nos últimos anos, e barreiras de patentes impediram que a evolução no mercado digital fosse mais ágil.

O contexto, que pode ser considerado preocupante do ponto de vista de desenvolvimento do país, é também um indicativo de que há grande espaço para inovação. Dessa forma, empresas que saírem na frente tendem a desfrutar rapidamente dos benefícios da transformação digital.

Especialistas apontam que, para acompanhar o ritmo acelerado do mercado, as companhias devem se atentar para a importância de DevOps (termo que deriva da junção das palavras “desenvolvimento” e “operações”). Essa estratégia é fundamental para aumentar a capacidade de uma empresa de distribuir aplicativos e serviços em alta velocidade e com qualidade.

Concomitantemente, é preciso explorar API’s para alavancar a inovação de seus negócios em parceria com as soluções oferecidas por parceiros.

Entre os pontos que são definidos como “ativadores da transformação digital”, podemos destacar ainda a aplicação de metodologias ágeis, que visem entregar valor aos clientes em respostas rápidas e eficientes.

Fato é que seja qual for a tecnologia ou a metodologia adotada, é preciso ter as pessoas como centro das estratégias de transformação. E o sucesso dessas iniciativas passa pela análise de dados para a geração de insights.

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Importância de uma cultura Data Driven para os negócios

Como vimos até aqui, na transformação digital, empresas e clientes estão em constante contato, especialmente em meios digitais. Assim, são geradas infinitas informações sobre os consumidores, abrindo um grande leque de oportunidades para as companhias.

Porém, nem todas as empresas têm aproveitado os dados coletados para gerar novas oportunidades de negócio. 

“O que temos visto no mercado ao longo dos anos são muitas empresas correndo atrás dos números errados. Às vezes, põem metas e números que não têm nada a ver com a geração de negócios. Portanto, ficam focadas em KPIs que estão relacionados à entrada de novo dinheiro. E, ao mesmo tempo, há empresas que estão só olhando para metas e ROI artificial e, não necessariamente, cuidando do negócio como um todo”, destaca Alan Rodrigues, co-founder da Phidata, consultoria de digital analytics.

Rodrigues ressalta que há dois perfis de empresas no Brasil atualmente em relação a uma cultura data driven. Um grupo nem sequer coleta informações, enquanto outro reúne um grande volume de dados, mas não faz uso deles para extrair informações ou insights para gerar novos negócios. 

“Uma análise simples na base pode trazer informações ricas, que podem mudar a estratégia de geração de novos negócios, mesmo de marketing. Está guardado e ninguém está olhando para aquilo”, acrescenta o consultor.

Contudo, é preciso identificar quais são os indicadores-chave para cada negócio a fim de extrair as informações que levem à inovação. “É importante ter esclarecida a pergunta que queremos responder desde o início e por que queremos responder essas perguntas. De fato, número por número, ele pode ser manipulado”, complementa. 

Em geral, os KPIs para a transformação digital estão relacionados aos seguintes fatores:

  • Relacionamento com o cliente;
  • Eficiência operacional;
  • Agilidade empresarial;
  • Crescimento e diferenciação competitiva.

Tendências da transformação digital

Para se adequar às novas exigências impostas pela transformação digital, é fundamental que as empresas conheçam as tecnologias que estão permitindo a criação de novos modelos de negócios.

A seguir, apresentamos conceitos que têm sido aplicados nessa transformação.

Big Data e Data Analytics

Um pouco mais acima, destacamos a importância de uma cultura data driven para a identificação de novas oportunidades de negócios. Isso somente é possível com a aplicação dos conceitos de Big Data e Data Analytics.

Big Data é a área do conhecimento que estuda como tratar, analisar e obter informações a partir de conjuntos de dados grandes demais para serem analisados por sistemas tradicionais.

Fundamentalmente, mais do que coletar dados, é preciso extrair informações deles para que sejam gerados insights.

A capacidade de fazer a análise de dados permite que as empresas gerem novos negócios e, consequentemente, ampliem suas fontes de receita.

“Acreditamos muito que dados são e, cada vez mais vão ser, ativos dentro das empresas. Eles devem ser utilizados de fato para gerar mais negócios e mais dinheiro”, destaca Alan Rodrigues, co-fundador da Phidata.

Business Intelligence

Business Intelligence, ou simplesmente BI, envolve o processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios.

Em conjunto com Big Data, BI permite mensurar os resultados e coletar dados de desempenho do negócio, proporcionando uma análise robusta de inteligência de mercado.

Atualmente, as empresas que são mais eficientes nessas análises contam com ferramentas de BI que proporcionam uma visão interativa de dados.

Internet das Coisas (IoT)

Também conhecida pela sigla IoT em referência ao termo em inglês, Internet das Coisas é a conexão de diversas interfaces de objetos, além de smartphones, tablets e computadores.

A partir da combinação dessas interfaces com sistemas automatizados, é possível coletar informações de uma rede de objetos físicos e alcançar respostas rápidas.

Divulgada em 2019, a sétima edição do IDC Global IoT Decision Maker Survey indicou que “85% dos participantes da pesquisa têm um orçamento alocado para projetos de IoT. Apesar da crença de que os tomadores de decisão de negócios detêm a maior parte do orçamento, a TI continua a controlar muito do orçamento, principalmente porque os custos contínuos para apoiar projetos de IoT não são irrelevantes”.

Computação em Nuvem ou Cloud Computing

Também conhecida pelo termo em inglês cloud computing, a computação em nuvem é a tecnologia que permite o uso remoto de recursos da computação por meio da conectividade da internet. 

A nuvem permite o acesso à infraestrutura, softwares e informações através de qualquer dispositivo (computador, tablet, celular) que esteja conectado à internet. Esse recurso é fundamental para permitir a eficiência do trabalho remoto.

Atualmente, há um grande leque de serviços de armazenamento de dados em nuvem. Entre as principais ferramentas estão OneDrive, Google Drive, Dropbox, iCloud e Amazon Cloud Drive.

Machine Learning e Inteligência Artificial

Machine Learning ou Aprendizado de Máquina é a área da ciência da computação que permite automatizar respostas ao usuário a partir de inteligência artificial e big data. 

Numa aplicação de machine learning, por meio de algoritmos, as máquinas aprendem sozinhas, o que as torna capazes de identificar padrões e conexões entre dados. Quanto mais dados forem fornecidos para a máquina, maior será sua capacidade de precisão em suas respostas.

O uso de machine learning é amplamente difundido atualmente no uso de chatbots, robôs que substituem a ação humana para realizar atendimentos e tornar a comunicação mais ágil.

Os chatbots mais eficientes são capazes de responder as perguntas de tal forma que as pessoas tenham a impressão de conversar com outra pessoa e não com um programa de computador. 

Realidade Virtual e Realidade Aumentada

A realidade virtual (VR) e a realidade aumentada (RA) permitem que os usuários experimentem a escala real de objetos ou locais através de uma tecnologia de interface entre um usuário e um sistema operacional com recursos gráficos 3D ou imagens 360º.

Essa tecnologia tem sido difundida em diferentes segmentos. No mercado imobiliário, é possível que consumidores vejam como será o imóvel em escala real antes mesmo de a construção ser concluída.

Já no varejo, a VR permite que as pessoas visualizem os produtos antes de realizar a compra, o que tende a ser um recurso útil para superar as barreiras de distâncias vivenciadas no e-commerce.

Computação Quântica

A computação quântica é a aposta de grandes empresas de tecnologia, como a IBM, para gerar uma nova disrupção no mercado.

Na computação clássica, os computadores trabalham com o sistema binário em que todas as quantidades são representadas com base em dois números: zero e um. Como em um cara ou coroa, só há duas possibilidades de escolha. Imagine agora um computador que possa usar uma identidade não binária, mais fluida.

Em vez de simplesmente zero e um, pense em um computador que trabalha com uma superposição, ou combinação de zero e um. No lugar de bits, há qubits, que podem ser tanto zeros quanto uns, até serem processados. Assim, as possibilidades são infinitas.

O que um computador com processamento de tantas possibilidades poderia fazer? Ele pode, por exemplo, estimular o desenvolvimento de novos avanços na ciência, com métodos de aprendizado de máquina para diagnosticar doenças mais cedo ou até proporcionar uma criptografia inquebrável, em que hackers não pudessem copiar secretamente uma chave privada com perfeição.

Empresas que passaram por transformação digital

Enquanto diversas empresas ainda perseguem o caminho para a transformação digital, outras companhias foram eficientes em liderar movimentos de disruptura em seus mercados. 

Confira, a seguir, alguns dos principais cases de transformação digital.

Netflix

Até a década de 1990, a Blockbuster era responsável por liderar o mercado de locação de aluguéis de vídeos. Porém, em 2011, a companhia declarou falência. Naquele momento, ela já encarava a perda de mercado para concorrentes que foram mais ágeis na adequação às mídias digitais.

Inicialmente, a Netflix enviava DVDs via correio para casa de seus clientes. Entretanto, a empresa teve a percepção de que as necessidades de seus consumidores eram outras e iniciou a caminhada para a disruptura de seu mercado com o streaming de vídeos sob demanda.

A agilidade da Netflix para se adequar à nova tecnologia fez com que a empresa batesse a marca de 137 milhões de assinantes em 2018 e receita de US$ 11,3 bilhões ao ano.

Atualmente, a companhia, além de oferecer o serviço de streaming, se tornou uma das principais produtoras de conteúdo do planeta, levando suas produções às principais premiações da indústria do entretenimento.

Uber

A percepção da necessidade dos consumidores tende a ser o melhor caminho para a criação de negócios que efetivamente impactam a sociedade. Um exemplo claro está na Uber.

A empresa que revolucionaria a forma como nos locomovemos nasceu em 2009. No começo, seu serviço permitia que os usuários de San Francisco se conectassem com motoristas particulares de carros de luxo.

Aos poucos, houve a expansão para outras cidades norte-americanas e também para outros países. 

Em 2012, foi criado o UberX, serviço que permite qualquer proprietário de veículo se tornar motorista e tem preços mais acessíveis para os usuários. Desde então, o número de adeptos do app cresceu consideravelmente e muitas pessoas diminuíram o uso do transporte público.

Spotify

A aplicação de uma cultura ágil aliada ao uso de machine learning permitiu que a Spotify se tornasse a principal referência no mercado de música atualmente.

Quando houve seu lançamento, em 2008, a companhia era focada em scrum, uma abordagem de desenvolvimento ágil e madura. Dessa forma, foi criada uma cultura baseada em times.

À medida em que a empresa cresceu, o modelo de scrum foi adaptado, e aumentou também o número de líderes em processos da empresa (confira mais sobre essas mudanças no vídeo abaixo).

Juntamente com a metodologia ágil e suas adaptações para as rotinas da empresa, a Spotify desenvolveu um modelo de machine learning em que o aplicativo é capaz de aprender quais as músicas que seus usuários mais gostam e, assim, fazer indicações de acordo com seus perfis.

No mercado B2B, a companhia ainda desenvolveu soluções para identificar qual é o gosto musical de determinado grupo no mercado, ampliando o seu portfólio. 

Nubank

Um dos mercados mais impactados pela transformação digital nos últimos anos foi o financeiro. Ainda que os bancos mantenham alto nível de lucratividade, eles precisaram conviver com o surgimento de bancos digitais.

Em 2019, a Fast Company considerou o Nubank uma das fintechs mais inovadoras do mundo.

A startup pioneira de serviços financeiros nasceu em 2013, atuando como uma operadora de cartão de crédito e oferecendo um serviço digital, internacional e sem anuidades. Dessa forma, ela se posicionou com um grande diferencial num mercado em que a cobrança de taxas é algo comum. 

Já em 2017, a empresa foi além e criou a NuConta, incluindo em uma conta digital, administrada por aplicativo, serviços dos bancos tradicionais.

Seja no mercado financeiro, na indústria ou em qualquer outro segmento, as empresas devem estar atentas às novas tecnologias e, principalmente, às mudanças de comportamento de consumo.

Detectar quais são as dores e insatisfações dos consumidores com as soluções que estão disponíveis atualmente pode ser o caminho para novas disrupturas e a criação de futuros cases de transformação digital.

Afinal, sua empresa já está preparada para essas mudanças?

Um novo paradigma no mercado é a migração do trabalho presencial para as atividades remotas. Saiba quais são os passos para implementar o home office na sua empresa.