O termo “amortização” é muito utilizado no mercado financeiro quando falamos sobre financiamentos imobiliários, por exemplo, ou empréstimos. Mas, o que é amortização?

Amortizar é basicamente antecipar parcelas, essa ação além de reduzir o valor original da dívida e os juros colocados sobre as parcelas, faz com que o tempo de pagamento deste empréstimo seja diminuído.

Essa atitude geralmente é tomada pelo consumidor que recebe um valor extra, além do que ele ganha mensalmente, e prefere amortizar a dívida, ou seja, reduzir os juros, o número de parcelas e o valor que deve para a financeira.

Sendo utilizada para estes fins quando se adquire um empréstimo ou, em outros casos, como o financiamento imobiliário também.

O ponto que discutiremos no artigo de hoje é: até que ponto vale a pena amortizar um financiamento?

Vamos te explicar como esse método funciona, quais são as melhores opções, quando se deve optar por ela, em quais situações é mais indicado amortizar a dívida, entre vários outros pontos que vão te ajudar a tomar uma boa decisão.

Vamos lá?

O que é amortização?

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, a Peic, feita pela CNC (Confederação Nacional do Comércio) em 2022, a média das famílias que se viram atoladas de dívidas este ano já chegou a alarmante marca de 77,5%, um recorde histórico para a economia do país.

Muitas dessas pessoas começaram a buscar alternativas para conseguirem saldar suas dívidas e manterem suas famílias.

Uma delas foi exatamente a amortização dos empréstimos e financiamentos. Como mencionamos, esse processo quando iniciado, diminui os juros e o número de parcelas que o devedor precisa pagar.

É fácil de  entender. Vamos seguir um raciocínio: pense que você financiou um carro, no modo tradicional, você paga esse valor em várias prestações, que já incluem juros ou taxas previstas.

Conforme você vai sanando essa dívida, ou seja, pagando as parcelas, o valor da sua dívida começa a diminuir gradativamente, essa redução é a chamada amortização.

Apesar de que, em alguns casos o valor da dívida vai diminuindo, mas os juros e encargos seguem os mesmos, isso depende de qual for o tipo de contrato que você fechar.

Lembrando sempre que: essa amortização é feita sobre o valor bruto da dívida, então se você financia um carro de 40 mil, por exemplo, a amortização é feita em cima desse valor.

Ou seja, fica claro que esse método está sempre relacionado a diminuição de um saldo devedor. Independente de qual seja o tipo de amortização utilizada.

Que tal falarmos sobre quais modelos existem, sua estrutura e qual é a melhor situação para utilizá-la? No artigo de hoje vamos te mostrar os 4 tipos mais usados e falar um pouco sobre cada um deles.

Tipos de amortização financeira

Depois de entender o que é amortização e como ela pode ser feita, vamos falar sobre algumas formas de se amortizar uma dívida e como saber qual é o melhor momento de utilizá-las.

Tabela Price

O uso da Tabela Price, faz com que o valor principal da dívida parcelada vá aumentando ao longo do contrato, mas as parcelas mensais continuam as mesmas.

Ou seja, podemos dizer que nesse método, grande parte das parcelas iniciais é composta por juros e taxas, que depois de alguns meses muda para o valor real da dívida.

É o método de parcelamento mais comum para as pessoas, muito utilizado em financiamento de automóveis ou quando se adquire algum produto no crediário.

Aqui, o cálculo que designa quais serão as prestações são feitos de maneira que estas continuem iguais ao longo de todo o contrato.

Método SAC

Já no Método SAC, o valor da amortização de cada parcela é o mesmo, o que muda nesse caso são os valores das mensalidades, que podem variar.

Neste caso, a quantia que é paga nos primeiros meses geralmente é mais alta e, com o passar do tempo de contrato, esse valor vai diminuindo gradativamente.

Isso se dá por conta dos juros, que são calculados mês a mês, ou seja, quanto menor o valor da parcela, mais baixo será a taxa de juros paga pelo consumidor.

Muito utilizada em contratos de compra mais longos, como o financiamento de imóveis, por exemplo.

Pagamento Variável

Existe também, um sistema de amortização financeira chamado “Pagamento Variável”, nele os pagamentos são periódicos e os valores são variáveis, de acordo com as condições do consumidor.

Não existe uma estrutura fixa para este método, que pode variar de acordo com as políticas da instituição financeira.

Mas, é comumente utilizado pelas empresas de cartão de crédito convencionais.

Sistema Americano de Amortização (SAA)

O Brasil também oferece uma opção de amortização criada pelos norte-americanos. Dentro do Sistema Americano de Amortização, os juros são pagos em períodos pré-estabelecidos.

Eles podem variar de acordo com o tempo de dívida e da instituição financeira que ofereceu essa forma de pagamento.

Neste método você paga os juros e o valor real de quitação da dívida é quitado de uma vez só, ao final do contrato.

Ou seja, você recebe o valor que solicitou como empréstimo ou financiamento, paga os juros deste acordo durante o período combinado e, ao final, paga de uma vez o valor que você de fato pegou emprestado.

Esse sistema ajuda investidores que precisam, antes de sanar suas dívidas, gerarem capitalização mensal para a sua empresa e com isso, somar a quantia necessária para devolver a financeira.

Quando devo amortizar o meu financiamento?

Lembre-se que, o fato de você ter um dinheiro extra em mãos, não significa necessariamente que é vantajoso amortizar uma dívida com ele. Algumas variáveis precisam ser analisadas para essa tomada de decisão, tais como:

  • Rentabilidade dessa ação;
  • Não é mais vantajoso investir esse valor em outra coisa?;
  • O processo envolve custos;
  • Quanto você estará economizando com essa ação?;
  • Quais são suas necessidades no momento?

Falando de forma prática, é preciso analisar a taxa de juros e compará-la ao valor financiado e a uma possível aplicação financeira que aquele valor poderia ser investido.

Por exemplo, digamos que você tenha feito um ótimo acordo de financiamento imobiliário, com taxas de juros baixíssimas, será que amortizar a sua dívida será mais rentável do que aplicar esse valor extra em títulos do Tesouro Direto, por exemplo?

Na maioria dos casos, não valerá a pena. Já que seu retorno financeiro será maior se você investir esse valor em uma aplicação e não pagando as prestações antecipadamente.

Agora, caso o seu negócio não tenha sido dos melhores e a taxa de juros que você paga seja mais alta, é mais vantajoso optar pela amortização dessa dívida. Ficou claro?

Como fazer uma amortização financeira?

Pareceu muito difícil de entender? Caso tenha decidido tentar verificar a viabilidade deste método, vamos te mostrar uma das formas mais comuns de se realizar uma amortização financeira.

Separamos em 4 passos simples e, depois de ver como é feito, você pode tomar a sua decisão com mais segurança e munido de informações primordiais. Confira!

Passo 1: escolha o método

Lembra que conversamos sobre analisar quais são os tipos de amortização financeira que existem, quais a empresa que você fechou negócio oferece e as variáveis que envolvem cada uma delas?

Depois de entender cada um deles, pense sobre qual delas você prefere optar neste momento e comunique sua decisão ao gestor responsável pelo seu contrato.

Passo 2: considere utilizar seu FGTS

Uma das formas de se obter renda extra para amortizar uma dívida é pelo seu FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Considere utilizar o saldo disponível neste fundo para realizar o pagamento dessas parcelas extras. Lembrando que nem toda modalidade de amortização permite o uso desse benefício, então consulte a sua financeira.

Passo 3: calcule as taxas

Jamais tome uma decisão sem saber claramente o que é amortização, quais são as taxas embutidas na negociação, qual modelo é mais rentável para você, entre vários outros pontos essenciais para tornar essa uma atitude rentável e que te traga um retorno financeiro bacana.

Caso essas taxas sejam caras demais, o processo pode ser inviabilizado e talvez seja melhor manter as parcelas como estão atualmente.

Para analisar esses dados, você pode solicitar ao seu gerente um documento detalhado, explicando quais são as projeções de cada uma das possibilidades.

Analise com cuidado e tome decisões embasadas

É nessa conclusão que você deve chegar depois de ler este artigo: analisar com cuidado todas as variáveis, boas e ruins, e tomar decisões embasadas nos dados que você analisou com calma e sem a interferência de terceiros, principalmente de corretores ou gerentes.

Um empréstimo ou financiamento, por mais que seja uma dívida, precisa ser o mais rentável possível e vir para solucionar um problema já existente, não acarretar outros ainda maiores e mais difíceis de serem solucionados.

Se você se atentar às nossas dicas e seguir à risca todo o passo a passo, temos certeza que você conseguirá o melhor negócio.

Ficou claro o que é amortização? Quando se deve optar por ela ou não? Esperamos que sim. Que tal conferir mais um de nossos conteúdos sobre retorno de investimento?

Nele você verá algumas dicas sobre como investir mais e melhor o seu dinheiro, para ter o retorno financeiro que almeja.

Leia também: Como quitar financiamento: dicas úteis para se livrar dessa dívida!