Você sabe como funciona a tabela regressiva do Imposto de Renda para investimentos em renda fixa?

A tabela regressiva, um mecanismo tributário crucial desde 2005, desempenha um papel significativo na tributação de investimentos no Brasil.

Neste artigo, exploraremos como essa tabela influencia o Imposto de Renda (IR) nos seus investimentos, especialmente em renda fixa e fundos de investimentos, além de um modelo exclusivo para previdência privada.

O que é a tabela regressiva e sua relação com o IR?

A tabela regressiva é uma estratégia tributária que determina o Imposto de Renda sobre investimentos, com uma característica fundamental: quanto mais tempo seu dinheiro permanece investido, menor é a alíquota do imposto. 

Este sistema incentiva investimentos de longo prazo, tornando-os mais atraentes e rentáveis.

Assim, investir a longo prazo torna-se duplamente vantajoso: você acumula um montante maior e paga menos imposto.

Qual a diferença entre tabela regressiva e tabela progressiva?

A tabela regressiva difere significativamente da tabela progressiva em termos de cálculo de impostos. 

Enquanto a regressiva foca na duração do investimento, diminuindo a alíquota com o tempo e resultando em menores tributos sobre maiores rendimentos, a progressiva baseia-se no valor da renda, aumentando a alíquota conforme os recebimentos crescem. 

Portanto, na tabela progressiva, maiores recebimentos implicam em maiores impostos.

Tabela progressiva impacta o salário dos brasileiros?

Sim, a tabela progressiva é usada principalmente para calcular o Imposto de Renda sobre salários. Ela opera com alíquotas crescentes, baseadas na faixa de renda:

  • Até R$1.903,98: isento;
  • De R$1.903,99 até R$2.826,65: alíquota de 7,5%;
  • De R$2.826,66 até R$3.751,05: alíquota de 15%;
  • De R$3.751,06 até R$4.664,68: alíquota de 22,5%;
  • Acima de R$4.664,68: alíquota de 27,5%.

Entenda como funciona a tabela regressiva

Na tabela regressiva aplicada em investimentos como previdência privada, a alíquota de IR diminui conforme o tempo de investimento aumenta, favorecendo investimentos de longo prazo.

Veja abaixo um exemplo!

  • Até 2 anos: 35%;
  • De 2 a 4 anos: 30%;
  • De 4 a 6 anos: 25%;
  • De 6 a 8 anos: 20%;
  • De 8 a 10 anos: 15%;
  • Acima de 10 anos: 10%.

Impacto da tabela regressiva nos investimentos

A tabela regressiva afeta diretamente a rentabilidade dos investimentos. 

Por isso, ao escolher um ativo tributado por essa tabela, o investidor deve considerar o prazo para aumentar o retorno, evitando resgates antecipados que resultam em maior tributação.

Os investimentos comuns sujeitos à tributação regressiva incluem debêntures, títulos públicos, RDBs, CDBs e certos fundos de investimento. Nestes casos, as alíquotas são:

  • Até 180 dias: 22,5%;
  • De 181 a 360 dias: 20%;
  • De 361 a 720 dias: 17,5%;
  • Acima de 720 dias: 15%.

Como escolher entre a tabela progressiva e regressiva?

Primeiramente, você precisa saber que a escolha entre as tabelas depende das suas condições e objetivos.

Para rendas anuais maiores e investimentos de longo prazo, a tabela regressiva pode ser mais vantajosa.

Para rendas menores, a tabela progressiva pode ser mais adequada, principalmente devido à isenção para rendas anuais abaixo de R$22.847,00.

Cada tabela tem suas vantagens e aplicações específicas, e a escolha ideal varia conforme a situação individual do investidor. 

E conhecer as nuances de cada uma é fundamental para uma gestão financeira e de investimentos mais eficiente e alinhada com seus objetivos financeiros.

Como calcular o IR Regressivo?

A tributação regressiva se aplica apenas aos lucros da aplicação, e o mercado financeiro usa os dias úteis como referência para o cálculo. 

Em termos práticos, um ano financeiro possui 252 dias úteis e um mês, 21 dias úteis.

Mas vamos supor que você investiu R$10.000 em uma aplicação que rende 7% ao ano. O cálculo do imposto varia conforme a duração do investimento:

  • Cálculo dos juros: primeiro, calcule o valor em juros que o investimento gerará em diferentes períodos;
  • Aplicação da alíquota de IR: em seguida, aplique a alíquota correspondente à duração do investimento.

Por exemplo:

  • 1 ano: R$700 de juros, com IR de R$245 (alíquota de 35%);
  • 3 anos: R$2.250,43 de juros, com IR de R$675 (alíquota de 30%);
  • 5 anos: R$4.025,52 de juros, com IR de R$1.006,38 (alíquota de 25%);
  • 7 anos: R$6.057,81 de juros, com IR de R$1.211,56 (alíquota de 20%);
  • 9 anos: R$8.384,59 de juros, com IR de R$1.257,69 (alíquota de 15%);
  • 11 anos: R$11.048,52 de juros, com IR de R$1.104,85 (alíquota de 10%).

Note que, quanto maior o tempo de investimento, menor é a alíquota de IR, reduzindo a tributação sobre os rendimentos.