A realização de testes e a otimização de páginas são dois fatores determinantes para que que qualquer negócio digital aumente sua conversão. Consequentemente, são estratégias capazes de impactar a receita de uma empresa.

Para compreender melhor como aplicar testes A/B e qual o poder da otimização constante, conversamos com Eduardo Marconi, diretor-geral da Juni, consultoria especializada em aumentar a conversão de canais digitais.


Para ouvir a 13ª edição do
Digicast, basta usar o player acima. Se preferir, você pode ler a transcrição da entrevista feita por Pedro Renan, CEO da Digilandia, logo abaixo.

Olá! Bem-vindos ao 13º episódio do Digicast. Sou Pedro Renan, CEO da Digilandia e da Agência Papoca e seu host. 

Hoje, recebo o Eduardo Marconi, da Juni. Seja muito bem-vindo, Eduardo!

Obrigado pela oportunidade, Pedro.

O tópico hoje é um pouco mais técnico, mas não necessariamente precisa ser técnico. Vamos falar muito de teste A/B, de CRO (Conversion Rate Optimization ou, em português, Otimização de Taxa de Conversão), que é otimização para conversão, e como as empresas podem vender mais online usando essas técnicas.

Eduardo, como começou a ideia da Juni? E por que você acredita tanto no poder da otimização constante?

Trabalho com teste A/B. E grande parte do time já trabalhava com teste A/B antes da Juni. Estamos no mercado há nove anos. E, desde o início, sempre fui apaixonado pelo assunto. Gosto de estudar, identificar onde estão os gargalos de experiência na navegação dos clientes, propor ideias e soluções e entender qual é esse impacto.

A base da otimização de CRO é aprender como cada um dos clientes se comporta em diferentes sites. E é muito legal ver isso no dia a dia. Estamos aprendendo com os resultados, trazendo isso para os clientes. 

Começamos por gostar muito desse assunto. Alguns já trabalhavam juntos, outros fomos agregando ao longo do caminho, mas com a proposta de sempre aprender sobre as marcas, sobre comportamento humano e como as pessoas gostam de comprar ou se cadastrar e conhecer melhor os serviços.

Sobre o poder da otimização, o que percebemos é que pequenos ajustes na comunicação, ou na informação passada ao cliente ou na forma de navegação, causam impacto no momento em que o cliente está dentro do site. Isso faz com que ele antecipe uma ação para uma compra ou para fazer um cadastro.

Cada uma dessas etapas do processo é a forma como conseguimos trabalhar o site, essas opções e ver grandes ganhos. Temos N casos de aumentos bem relevantes para os clientes, de 20, 40, 200%, dependendo do tamanho do site. 

Quais foram as maiores dificuldades que vocês na Juni encontraram e ainda encontram para mostrar para empresas que otimização e conversão são o melhor caminho, principalmente quando falamos de um negócio online?

A maior dificuldade, como em qualquer assunto novo, é que as pessoas efetivamente entendam quais são os ganhos e o que pode ser feito dentro de otimização digital.

Do momento em que começamos até hoje, já mudou muito. Hoje, as pessoas têm muito mais informação sobre a área do que tinham antes. 

Mas ainda vemos que o teste A/B está muito ligado apenas à mudança de layout, de interface, sendo que podemos explorar N outros assuntos dentro do site. Podemos falar de prazo de entrega, de precificação ou trazer um benefício para o cliente, criar sensos de urgência no site, para fazer uma antecipação. Isso tudo está relacionado a testes que podem gerar aprendizados muito interessantes para os clientes.

Esse é um primeiro ponto em que enfrentamos dificuldade do entendimento do alcance que otimização e CRO pode ter dentro dos sites.

Quando vamos fazer um teste, normalmente, montamos uma premissa nova. E essa premissa pode ir contra aquela inicial que coloquei. Às vezes, contratado uma empresa para fazer um teste. Eu montei toda a estratégia da minha empresa e vem alguém de fora e diz que não está tão bom. É montada outra hipótese, que ganha de lavada.

Você acha que existe esse medo dentro das empresas?

Acontece. Já aconteceu muito. Hoje, acontece menos.

A gente vê, muitas vezes, o cenário de uma frase clássica: isso não precisa nem testar. É tão óbvio que vai ganhar que não precisa nem testar. 

E sempre tentamos trazer essa provocação sobre se é tão óbvio assim mesmo. Aparentemente, é uma melhora. Está mais bonito aos olhos. Mas será que está mais funcional do que estava antes? E muita gente nem se dá conta da resistência em aprender algo novo. 

Por mais que poderia ser melhor, você já aprendeu a fazer aquilo. Portanto, existe uma resistência natural dependendo do produto ou serviço de que se ele está muito consolidado e grande parte do público já aprendeu como usar, mudar nem sempre é melhor.

Vimos muito esse cenário de que nem precisa testar. Na provocação, a gente testa. E quando o resultado não vem, existem aquelas indignações. Já aconteceu de questionarem o método e o processo.

Ao longo do tempo, aprendemos muito em relação a isso. Sabemos da necessidade de trazer isso para a realidade do cliente. Se ele nunca fez CRO e nunca testou, temos o cuidado de não mostrar os números dentro de uma ferramenta de teste que ele não está habituado. 

Fazemos as integrações necessárias para trazer essa visão onde o cliente já está acostumado a olhar os dados. Quanto mais você dá esses passos, maior confiança ele tem no método, e, assim, você começa a quebrar essas barreiras de resistência. 

Faz parte do jogo. E o cliente, no fim das contas, é que decide. O usuário que está na ponta sabe a necessidade que tem para aquela ação. E quando estamos do outro lado, perdemos um pouco esse timing em saber qual é a dor para aquela tarefa que ele está tentando realizar dentro do site.

Apenas para frisar um ponto. Até falei isso no episódio 11, em que conversei com o Leonardo Cavalcanti, da Linkana. A culpa, às vezes, não é do funcionário em não querer contratar alguém para corrigir algo que seria bom para todo mundo. Muitas empresas têm uma cultura que não permite o erro. E teste A/B não necessariamente é uma garantia de sucesso. Há testes que falham. 

Porém, o medo de errar faz parte da cultura da empresa. Deveria ser lógico incentivar a inovação, o teste, fazer as coisas diferentes e combater as coisas que são feitas de uma mesma maneira e não funcionam. Mas, infelizmente, isso não é tão básico.

Uma coisa que você falou e achei muito legal é a questão de ser mais assertivo na comunicação. Acredito que no CRO, muitas vezes, é preciso lidar com a psicologia, até diplomacia e política dentro da empresa. Se você apresenta o resultado de que uma ideia foi ruim, é necessário ter tato para convencer. Nem sempre o número é suficiente. Podem ser necessários outros argumentos para que as pessoas se movam.

É um trabalho que envolve vários aspectos além do técnico.

É uma área que é muito horizontal. Quando falamos de mudanças no site, falamos com equipe de negócios, com marketing, com times de BI, de desenvolvimento. Há também a área de produto. Temos de alinhar e conversar com todas essas áreas antes de executar os projetos. Isso demanda uma orquestração muito grande da área para trabalhar em conjunto. E tomando uma precaução que é o tempo, porque quanto mais gente você envolve, as coisas podem começar a se arrastar.

Portanto, temos de entender e criar processos e rituais, para que toda a mecânica seja ágil, no sentido que a gente consiga chegar em alinhamentos rápidos e necessários. Se você conversa com uma área só, você tem apenas um lado da história. E no momento em que você colocará algo no ar, é importante conhecer o cenário, para pensar numa solução que seja mais coerente para todo aquele ambiente. Mas não deixando de lado a questão do tempo.

Você levantou um ponto sobre a questão de ego e do medo de errar. E tem um caso que acontece em CRO que é muito comum. Um dos principais KPIs que olhamos para a operação de CRO é a porcentagem de testes vencedores. Se realizamos X testes durante um período, quantos deles ganharam e trouxeram retorno financeiro para a empresa.

Já escutei de alguns clientes querendo colocar a meta de 90% dos testes ganhadores. E isso inibe a inovação no momento em que você faz, porque você tem medo tão grande de errar que essa meta para uma equipe de otimização levará à correção somente de bugs. Não haverá um desafio ou tentar fazer algo diferente. Ou mesmo trazer novidades de outras indústrias para dentro do seu mercado e entender como seu usuário se comportará diante dessa mudança, e pode ser onde estarão os grandes ganhos. Simplesmente, você está preso a uma meta muito alta de acerto.

Uma coisa que aprendemos com CRO é que os testes que perdem, às vezes, trazem aprendizado maior que os testes que ganham. Você não teve aquela receita no curto prazo, mas o aprendizado pode gerar ganhos muito maiores do que aquilo que seria testado.

Um caso clássico foi uma vez em que fizemos um teste na homepage mobile, em que o cliente tinha um menu muito próximo da logo. Nos estudos que fizemos, entendemos que quase 10% dos usuários que estavam na home clicavam na logo. E não fazia sentido.

Começamos a estudar o assunto e vimos que o problema era o espaçamento entre o menu de navegação e a logo. As pessoas não queriam clicar na logo, mas no menu.

Revimos todos os espaçamentos, testamos e, para ser honesto, o ganho em receita não foi tão grande. Mas reduzimos o número de cliques na logo abruptamente. O que aconteceu no fim das contas é que o aprendizado em gerar espaçamento entre as áreas foi muito maior que o teste em si. A partir daquele momento, em qualquer projeto que o cliente fizesse, ele avaliaria se o dedo caberia na área de clique. 

Isso é legal. Um dos grandes benefícios da área é esse aprendizado contínuo, sem medo de errar.

Não pode haver medo de errar. E tem de ficar claro que pode não ser o ganho financeiro, mas houve uma melhora de experiência para o usuário. Estou deixando de chatear o usuário. Só nisso já valeria. E quebras de microexperiências se tornam toda uma experiência completamente quebrada, com impacto na decisão de compra.

Falamos desses erros de ego ou medo da falha, aqui fazemos perguntas difíceis para passar também o outro lado. Não é somente glamour. Tentamos fazer uma mescla. Qual foi o maior erro que você cometeu na Juni ou em algum teste que vocês fizeram para um cliente? Há algum case que possa gerar aprendizado para o pessoal?

Quando estávamos começando, houve um erro operacional, no processo, mas a partir de uma questão técnica.

No momento que testa, você tem uma versão vencedora. Depois do teste, a versão vencedora é passada ao cliente para que ele implemente no site.

Porém, as ferramentas de testes aprenderam que há uma janela entre o teste ser ganhador e TI conseguir implementar o resultado no site. Portanto, criaram um modelo em que conseguimos manter as versões vencedoras no ar para 100% do tráfego. E isso pode ser escalado.

É uma forma como eles fizeram para reduzir a ansiedade da equipe de negócios e deixar a equipe de TI trabalhar num prazo mais saudável para a solução que traz um retorno financeiro e, ao mesmo tempo, valorizar a ferramenta.

Lá no início, quando começamos, por entender que isso era um benefício, começávamos a aplicar os testes e deixávamos na ferramenta. A Juni não era enfática em falar para o cliente implementar. Nós deixávamos na ferramenta e passávamos a novos testes.

Chegou um momento em que o cliente tinha tantos testes implementados na ferramenta que passamos a trabalhar mais fazendo ajustes de front-end, como troca de banner ou link, do que fazendo testes novos.

Chegou um nível no processo que até a equipe do cliente implementar todos os projetos, tivemos de fazer um trabalho de manutenção muito grande. E isso não foi produtivo. Não foi um caso legal.

Foi um aprendizado que tivemos ao longo do processo. Hoje, a partir do momento em que os testes são vencedores, criamos alguns rituais para conversar com os clientes e não deixar com que eles fiquem muito tempo na ferramenta. No final, isso pode gerar uma bola de neve e atrapalhar a operação como um todo.

Antes do nosso papo, eu estava no LinkedIn e vi um CEO falando que tinha acabado de demitir um percentual muito alto da empresa e havia sido o dia mais difícil da carreira dele. Queria perguntar algo nesse sentido. Você consegue lembrar de um aprendizado em que um dia foi muito difícil?

É uma pergunta difícil. Este momento como um todo está sendo de aprendizado. Estamos numa situação completamente nova, que pegou todo mundo de surpresa e que, infelizmente, não tinha como se preparar. É um evento tão grande com impacto muito forte.

No final das contas, a empatia desse processo com toda a cadeia é algo que espero levar por muitos anos. Há clientes com dificuldade de manter o caixa em dia. A gente tem de arrumar um jeito para não ter de passar por uma situação como essa de demitir pessoas. É um momento que envolveu muita ansiedade por não saber o que está acontecendo e gerar essa empatia.

Tive muitas histórias legais ao longo desse período de empresas e clientes, de olhar e ter conversas francas para chegarmos juntos a uma saída do que está acontecendo. E isso fortalece demais as relações e ensina muito. Acho que esse é um ponto relevante do processo.

Vamos falar de coisas boas. Falamos de erros e dificuldades, mas qual foi o maior acerto que você teve na Juni ou em relação a algum cliente que teve ganhos?

Sobre testes, há alguns casos legais de fala a respeito de rentabilidade. Falamos de como expor informações no pagamento para aumentar a aprovação de cartão, de reorganizar formas de pagamento. Houve muitos ganhos interessantes em trabalhar com redução dos dias de entrega. Isso gera um aumento de vendas que justifica todo esse esforço logístico. 

Se formos falar sobre o maior acerto, acho que foi em construir uma equipe de pesquisa para estudar cada um dos clientes, tanto do ponto de vista quanti quanto qualitativo.

Usávamos muitos dados para avaliar funil. Em cima desse funil, seguíamos com algumas propostas que achávamos relevantes e usávamos muito mais o Analytics no pós para ver resultados de testes e entender como eles funcionaram dentro das principais audiências.

Um ponto de virada que tivemos há dois anos foi trazer equipes de dados, de UX e pesquisa, para olhar muito mais a fundo e trazer diagnósticos mais completos.

Portanto, tanto entrar num detalhe de entendimento de clusters, de eventos. Por exemplo, se você tem um problema de navegação, qual a diferença de pessoas que adicionam produtos ao carrinho de quem usa filtros ou não numa vitrine? 

É começar a entrar nesse detalhe. E não apenas olhar o dado, mas fazer testes de usabilidade e trazer o cliente para a conversa para discutir qual a percepção que eles têm.

O ciclo de imersão ficou muito mais longo, mas muito mais completo também. Os aprendizados que tivemos nesse processo foram enormes. Olhando para dentro de casa, foi um dos maiores acertos em juntar essas especialidades nesse processo de pesquisa.

No episódio 8, conversei com o Carmelo, da Fanatee. O tópico eram lições “básicas” de negócio. Um ponto que ele falou muito foi sobre conhecer o usuário. Obviamente, isso é algo básico, mas quando você fala sobre o time  de pesquisa ir a fundo, é algo que está num cenário básico, mas é tão completo que quase nenhuma empresa que conheço tem esse nível de detalhe.

O quanto você acha que perder essa essência de entender o comportamento do usuário reflete uma desconexão das empresas?

Esse assunto ainda é muito novo. Existe muita tentativa no mercado. Tenho acompanhado diversas empresas fazendo coisas diferentes. 

Não sei se há uma resposta única de como é feito. Acho que o grande ponto é o timing das coisas.

Não fazer pesquisas e não conhecer o cliente é um suicídio, principalmente no digital em que você tem muitos dados e muitas informações. Há ferramentas para ajudar a chegar a essas informações.

Mas também há um outro lado. Quando você tem muita informação e muito dado, é preciso saber o que fazer em um tempo de resposta bom.

Muitas vezes, vemos o outro lado, que é a pessoa fazer pesquisas e pesquisas. E em que momento você chega numa ação? 

Esse equilíbrio é muito complexo. Não encontrei ainda um exemplo claro de onde deveríamos parar. É um desafio que temos todo dia dentro da Juni. Mas tentamos buscar isso.

Precisamos conhecer os clientes, olhar dados e fazer análises, mas sempre pensando até onde temos de ir nessa análise e onde vamos parar para aplicar os testes, entender os resultados e voltar para a consolidação.

Esse é um dos maiores desafios que temos hoje.

Há muitas empresas que conhecem seus usuários e estão preocupadas com isso, mas, na média, há uma negligência grande nessa parte.

Durante essa crise, estamos vendo muitas empresas migrando para o digital, criando e-commerces, sites e blogs. E vemos várias redes de varejo que dependiam muito do físico, mas agora é o online que segura todo o faturamento da empresa.

Quais dicas você dá para os dois públicos? Para quem já tem o e-commerce saber por onde começar a otimização e para quem está começando agora? 

O primeiro ponto é que hoje existem muitas ferramentas, muita informação no mundo digital e online. Portanto, tenha cuidado em contratar muita coisa no início. Tudo tem o seu tempo.

Mais importante é ter gente para suportar neste momento e dar direcionamentos do que contratar muitas ferramentas e não ter quem pilota essas ferramentas.

Vemos nas empresas médias isso sendo muito comum. E isso acontece nas pequenas também, trazendo muitos produtos que não sabem usar.

Na parte de otimização, outro ponto importante é ter sempre um equilíbrio entre trazer o novo tráfego, que é importante para quem está começando, mas não é só isso. Cuidado em trazer gente, fazer um investimento muito alta em mídia e não olhar para o seu canal e entender onde estão os gargalos, o que está acontecendo lá dentro. 

É importante gastar certa energia e certo tempo para olhar quem são os clientes, o quão qualificados são e o que estão fazendo lá dentro, e entender essa relação. Manter um cliente sai muito mais barato do que ganhar um novo.

Manter uma conversa ativa com o cliente é extremamente importante e vai ajudar no dia a dia. Esses dois pontos são importantes para quem está otimizando ou criando o canal. É preciso entender quais são as decisões de negócio, o que tem em cada uma das páginas, qual foi o objetivo imediato de um cliente e o que você quer que ele faça durante o processo para não se perder durante o fluxo.

Uma dúvida muito comum que tenho escutado é se existe um mínimo de tráfego que devo ter na minha loja ou no e-commerce para conseguir testar. Como funciona isso?

Há uma diferença que é legal, mas as ferramentas entregam. Todas as ferramentas de testes A/B, das gratuitas às pagas, têm duas soluções básicas: uma é o teste A/B e a outra é a personalização.

Para a personalização em si, você não precisa de um volume de tráfego. Você pode começar no dia um com pouco tráfego. O algoritmo entenderá o que está acontecendo e, com uma base pequena, ele já começa a tomar algumas decisões. 

O mais comum é recomendação de produto. Mas existe também a personalização de conteúdo, trabalhar publicações diferentes, com alguns ajustes na página que são aprendidos pelo algoritmo e ele executa em tempo real.

Para o teste A/B em si, é importante ter um certo volume para executar. Para quem está começando e tem um investimento baixo para trazer novos clientes, é de fato em um segundo momento. O ideal é ter pelo menos 100 visitas por dia para começar a fazer testes dentro do site.

Já se você é uma empresa que tem certo nome e está entrando no digital, com poder de aquisição de clientes maior, faz todo sentido já começar o canal digital pensando em como funcionará o processo de otimização. 

Quando uma empresa de CRO entra no site, ela não montará apenas o teste A/B. Ela começará a estruturar alguns clusters do canal, as audiências. De que forma vamos identificar quem é o cliente, qual é o histórico dele de navegação para falarmos em personalização de informação? Ou para começar a falar de testes específicos dentro da página?

Por exemplo, imagine que você tem uma opção de formas de pagamento: cartão de crédito ou boleto. As pessoas estão comprando mais no boleto, mas há uma taxa de aprovação muito mais baixa. Portanto, você quer migrar que as pessoas tentem comprar mais em cartão. Você jogará um incentivo para o cartão de crédito, para ver se isso ajuda na tomada de decisão dos clientes. 

Sabendo disso no início do projeto, podemos criar gatilhos, alguns clusters no site, em que conseguimos saber o histórico do cliente de forma criptografada para saber qual foi o último método de pagamento do cliente para tentar dar um incentivo a ele para pagar no cartão. 

Essa é uma das tarefas que podemos estruturar desde o início para, quando chegar ao tráfego mínimo para testar, já tenhamos uma estrutura toda amarrada para fazer esses testes. 

E é um desenvolvimento. Há o entendimento de quais são as necessidades de negócio. Depois, há uma etapa de desenvolvimento para construir isso. Portanto, leva tempo.

Quanto antes conseguir fazer esse estudo, é melhor, porque você estará preparado quando o site for lançado para tomar decisões de negócio.

Você citou algumas ferramentas que são usadas. É possível listar as que você mais recomenda?

No mercado, existem quatro principais ferramentas: Adobe Target, Oracle Maxymiser, Google Optimize e OptimizeMe. São as quatro mais conhecidas no Brasil e com as maiores penetrações de mercado. 

Mudando um pouco nosso tópico, você tem alguma dica de livro para dar?

Tem um livro sobre comportamento de consumidores que acho muito legal. Foi um dos pioneiros desse assunto. O livro chama Why we buy, do Paco Underhill.

É um livro muito interessante. Ele é um antropologista que começou a trabalhar em lojas e a estudar o comportamento das pessoas em lojas físicas. Nas novas edições desse livro, ele já traz capítulos falando sobre o mercado atual e o digital. E é muito interessante ver as percepções que ele tem sobre como as pessoas compram.

Já temos tantas dicas de livros bons que estou com FOMO (fear of missing out). Quero ler todos os livros. Foi uma dica bem legal.

E há algum filme ou série que você pode indicar para o pessoal?

Tentarei continuar nesse mesmo tópico de negócios. Há uma série que chama Mr. Selfridge. 

É uma série inglesa, que conta a história da loja de departamento Selfridge, que é muito famosa na Inglaterra. É uma loja de departamento de alto padrão. E esse personagem da série é americano e foi para a Inglaterra. Há todo o desafio de mudar de país. 

O que eu achava muito legal nessa série é que ele conhecia muitos princípios de visual merchandising. E ele fala muito sobre esses princípios, principalmente na primeira temporada.

É legal ver dicas de como fazer com que as pessoas comprem mais dentro da loja. E é muito interessante.


Há algum canal de conteúdo que você consome bastante? Pode ser um Twitter, outro podcast, blog…

Para os A/B testers, preciso falar do Conversion XL. É uma das maiores referências da área, um canal. Eles têm um instituto de CRO dentro da marca. 

É um blog muito informativo, que tenta ir no detalhe. Não é um cara que fala apenas das conquistas e dos ganhos que a empresa conseguiu fazer. Ele tenta discutir o assunto a fundo e traz práticas bem legais para o mercado.

Acompanho bastante por abrir discussões que estão em pauta no nosso dia a dia.

É muito bom. Já comprei o curso dele, que é bem caro. Mas foi um dos melhores cursos que já fiz. Fiz a certificação de neuromarketing com eles e é sensacional. A própria prova é difícil pra caramba, então você tem de se engajar muito no curso. Vale bastante a pena.

Houve alguma pergunta que não fiz, mas que você gostaria de falar? Alguma mensagem final?

Passar a mensagem de testem, testem e testem. O mercado digital tem muitos dados, muita informação. Aproveite disso para tomar as decisões. Use teste A/B, personalizações, mas estude seu cliente acima de tudo.

É trazer isso para a cultura da empresa. Quanto mais as empresas fazem isso, mais você vê dentro delas opiniões diferentes de vários níveis. Enriquece demais o dia a dia. 

Uma grande mensagem que podemos passar é: crie essa cultura dentro de casa, porque é bem divertido. O dia a dia fica bem legal de trabalhar e com discussões muito mais ricas.

Para finalizar, um momento jabá. Se quiser falar mais da Juni, de redes sociais ou sites, o espaço é seu.

Estamos no mercado há muito tempo. A Juni tem pouco menos de 10 anos. É uma empresa especializada em CRO. O que fazemos é teste A/B, personalização e estudo de entendimento de cliente para poder aplicar essas soluções. 

O nosso grande tesão é falar com os clientes, aprender como o consumidor se comporta dentro do site, o que faz ele desistir, o que faz ele converter, quais são as grandes diferenças.

Surgimos no varejo. Começamos a trabalhar com isso há 10 anos e ganhamos muita força. Trabalhamos em grandes empresas, estruturamos departamentos para grandes empresas, como B2W, Via Varejo. Os nossos profissionais atuaram em diversas frentes.

Na Juni, atendemos tanto no modelo de consultoria, para ajudarmos a estruturar o departamento de CRO da empresa que faça sentido para o momento em que ele está e para os próximos, quanto temos dentro de cada uma fábrica de testes.

Conseguimos fazer toda a operação de testes A/B para os clientes. Fazer os estudos, montar os layouts, fazer o desenvolvimento dos testes, monitorar os resultados e trazer os relatórios finais dos testes com resultados acionáveis, para ajudar as empresas a serem mais rentáveis e aprenderem sobre o cliente delas.

O nosso desejo é que as empresas façam mais isso, e estamos à disposição para ajudar nesse processo. Nosso site é juni.com.br. Pode me acionar também no LinkedIn.

Aproveite para conferir também CRO para varejo: como aplicar no dia a dia da operação.